O Google e o Facebook encabeçam a lista de empresas de tecnologia que mais gastaram com lobby no primeiro trimestre. O gigante das buscas divulgou que desembolsou US$ 5,03 milhões com o pagamento de despesas com lobby entre janeiro e março deste ano, o triplo da cifra gasta no mesmo período do ano passado. A estratégia do Google focou no lobby para obter a suspensão da votação do polêmico projeto de lei antipirataria Stop Online Piracy Act (SOPA) que tramitava no Congresso dos Estados Unidos, além de para barrar a reforma da legislação de patentes e questões relacionadas à privacidade de dados, cibersegurança, operações na nuvem, taxação internacional e publicidade na internet. De acordo com o blog de tecnologia TechCrunch, foi um dos trimestres de maior atividade de pressão sobre políticos e poderes públicos.
O Facebook, por sua vez, gastou US$ 650 mil em atividades de lobby, cifra 182% superior na comparação com os US$ 230 mil desembolsados no primeiro trimestre de 2011. As atividades de pressão da rede social incluem regulamentação de fabricantes de software, restrições de acesso à internet de governos internacionais, políticas de privacidade online e rastreamento de usuários, serviços de geolocalização, educação, reforma da legislação de patentes, medidas de segurança, publicidade e imigração. Além disso, o Facebook investiu uma parte considerável desse montante no desenvolvimento do estado de Oregon, onde em abril inaugurou um data center.
A título de comparação, a Microsoft gastou US$ 1,8 milhão com lobby no primeiro trimestre, o que comprova o custo elevado do Google e do Facebook com a atividade.
Vale frisar que, diferentemente do Brasil, nos EUA o lobby é uma prática legal e comum. Ele é encarado como uma demarcação nítida da representação em nome de empresas para negociações com políticos, sendo uma atividade regulamentada e com regras específicas. A justificativa do Congresso americano é que a institucionalização do lobby impede o pagamento de propinas ou o uso de outros métodos ilegais.