"As tecnologias da informação e comunicações [TICs] tem o potencial de gerar grandes ganhos de produtividade no Brasil e ajudar na recuperação e na sustentação do crescimento nos próximos anos", afirmou nesta quinta-feira, 23, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, durante a abertura do Seminário Internacional Brasil 100% Digital, em Brasília (DF). Ele aproveitou para informar que o governo federal criou um grupo de trabalho para discutir formas de aperfeiçoar as tecnologias digitais em todas as esferas de atuação do Estado, com o objetivo de simplificar relações com cidadãos e empresas e entre órgãos públicos.
Barbosa avaliou que a utilização de tecnologia digital é vital para exercer a cidadania, para maior transparência das ações do Estado, para explicação dos objetivos, para a prestação de contas à sociedade e também para a participação cada vez maior da população na formulação e na execução dos programas públicos. "Um maior uso de TICs tem potencial de gerar grandes ganhos de produtividade no Brasil e ajudar na recuperação e na sustentação do crescimento do país."
Nesse sentido, ele citou o processo participativo para a elaboração do Plano Plurianual do governo federal para o período de 2016 a 2019, via o site ParticipaBR, por meio do qual a população pode opinar sobre as diretrizes e propostas a serem encaminhadas ao Congresso Nacional.
Políticas públicas
O secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), Virgilio Almeida, apresentou as experiências do Brasil em governo digital e as políticas públicas para o setor de tecnologia da informação e comunicação.
De acordo com o secretário, o país tem estrutura regulatória, um sistema público de pesquisa e desenvolvimento e investimentos públicos e privados em infraestrutura do setor de TICs. "O segmento de TICs corresponde a 8,8% do Produto Interno Bruto [PIB] e emprega 1,5 milhão de pessoas. Temos um mercado de 200 milhões de habitantes e que são receptivos a tecnologias, ou seja, podemos expandir esses dados."
Segundo Virgilio, o Brasil Digital deve atingir quatro objetivos: indústria digital competitiva globalmente, transparência digital, prioridade aos dados abertos e soberania tecnológica e digital. "Essas são as condições que precisamos para termos uma indústria forte e que dê suporte para o movimento rumo ao futuro digital", disse.
O seminário, que é promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e o governo federal, é a primeira iniciativa para a construção da agenda para o Brasil Digital, documento que reunirá diretrizes para que o país se torne efetivamente uma nação avançada no uso de tecnologias digitais.