Com o aumento contínuo da quantidade de dados pessoais compartilhados online, algumas pessoas estão ficando conformados e passaram a acreditar que todas as tentativas de manter sua privacidade online estão fadadas ao fracasso. Uma pesquisa recente da Kaspersky Lab revela que um terço (35%) dos brasileiros não sabe como proteger sua privacidade online, ocasionando a fadiga da privacidade – que leva ao excesso de compartilhamentos de informações nas redes sociais e à falta de atenção aos riscos básicos à segurança. No entanto, este não é o melhor momento para baixar a guarda; uma atitude despreocupada ou banal em relação à privacidade pode fazer do usuário um alvo fácil para os cibercriminosos.
Em uma época em que praticamente todos os brasileiros (97%) ficam online várias vezes por dia, cuidar da privacidade se tornou um desafio enorme para os usuários. De acordo com a mesma pesquisa, quase um quinto (19%) dos usuários no Brasil já teve informações particulares suas ou de seus familiares em domínio público – o que não deveria acontecer.
O esforço inútil de ficar menos visível na internet leva a uma condição chamada de "fadiga da privacidade". Ela está associada a viver sob constante tensão, com a sensação permanente de que terceiros estão tirando proveito de suas informações pessoais e que qualquer resistência é inútil. De fato, algumas pessoas acreditam que não têm poder suficiente para resistir à violação de privacidade – tanto que além de um terço (35%) dos brasileiros não saber como proteger integralmente sua privacidade online, 7% já não se interessa mais em reforçá-la.
Essa impotência em relação às questões de privacidade também afeta o comportamento online das pessoas. Um em dez (9,9%) não tem nenhuma preocupação adicional, como limpar o histórico de navegação regularmente ou usar recursos para bloquear os rastreadores online, para proteger sua privacidade ao navegar na internet utilizando seus dispositivos.
"O aumento das violações de dados, associado com a dificuldade de gerenciar dados pessoais online, dão aos consumidores a sensação de perda de controle e produzem um cansaço de ter de pensar na privacidade digital. Embora não haja milagres, existem muitas maneiras de reduzir esse risco. Elas começam com a higiene digital básica, mas também englobam o uso de ferramentas e tecnologias avançadas para ajudar a colocar a privacidade digital em ordem", afirma Marina Titova, chefe de marketing de produtos ao consumidor da Kaspersky Lab.
Se for duradoura, essa apatia pode levar a problemas sérios. Atualmente, há muitos cibercriminosos preparados para explorar a privacidade de terceiros e lucrar com a manipulação das informações pessoais dos usuários.