Quem acompanha o nosso mercado já deve ter percebido que as indústrias brasileiras têm enfrentado um cenário de mudanças drásticas. E estas mudanças vêm impulsionadas tanto pela crescente digitalização do setor, quanto por transformações no comportamento de vendas e no de consumo.
Esse movimento se deve em grande parte à transição para o comércio eletrônico – e isso inclui ambas as relações B2B e B2C. Trata-se de um movimento recente para a indústria que apresenta uma série de desafios, especialmente para aquelas de médio e grande porte.
O e-commerce já é uma realidade no varejo há bastante tempo. Mas agora a indústria está navegando por estas águas e terá de se adaptar. Esse processo impacta sobre a operação, mas também tem uma grande influência sobre a tecnologia das empresas. E a verdade é que oportunidades não faltam. Quando pensamos no tamanho desse mercado, estamos falando de cerca de R$ 185,7 bilhões em faturamento somente no ano passado, conforme a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico.
Tendo isso em vista, para tirar melhor proveito das novas oportunidades criadas pelas vendas online, as indústrias precisam acessar um grande volume de informações assertivas e em alta velocidade sobre o seu mercado. Sem esses insights, correm o risco de tomar decisões erradas, prejudicando a sua eficiência e a sua competitividade no digital.
Em outras palavras, as companhias necessitam relatórios completos e um acompanhamento que dê conta do comportamento de consumo e desempenho das vendas dos seus produtos online. Além disso, é fundamental que analisem com frequência o seu mercado, com informações precisas e atualizadas. Isto é, obter uma visão end-to-end dos consumidores e clientes a partir de dados.
Ao incluir o comércio eletrônico na operação da indústria, a gestão de estoques e mix de produtos em cada canal de distribuição pode se tornar uma tarefa complexa e desafiadora. A falta de visibilidade sobre os produtos disponíveis, impostos e condições comerciais e a demanda dos consumidores pode levar a problemas como excesso ou rupturas de estoque, bem como perdas financeiras.
A importância dos dados não é novidade, já que vivemos na chamada Cultura Data Driven. Mas como então cumprir mais essa tarefa de acompanhar tantos indicadores? A tecnologia é o caminho para o sucesso da operação.
Com uma solução de previsão de demanda, sell in e sell out, a indústria passa a contar com dashboards flexíveis de análise de dados, auditados e com alto índice de acuracidade – o que é essencial para garantir eficiência no e-commerce. Ou seja, as empresas podem acessar informações precisas e inteligentes sobre o seu mercado, o comportamento do consumidor e o seu desempenho das vendas. Ainda, com recursos avançados de previsão de demanda, podem antecipar as necessidades dos clientes e otimizar seus estoques e mix de produtos em cada canal de distribuição.
Mais ainda, quando se trata de e-commerce, sabemos que algumas datas podem ser estratégicas para as vendas. Dessa forma, a criação de campanhas tem potencial para impulsionar o comércio eletrônico significativamente.
Para isso, dashboards flexíveis de análise e Inteligência artificial para simular o resultado das potenciais campanhas a serem criadas permitem visualizar e analisar facilmente seus dados de vendas, pedidos e estoques em tempo real. Consequentemente, a tecnologia ajuda as empresas a identificarem rapidamente as áreas de oportunidade e a tomarem decisões informadas para maximizar vendas e lucros.
A nossa indústria fechou o ano de 2023 com acumulado positivo de 0,2%. O número em si pode parecer pequeno, mas é um resultado importante para a economia, tendo em vista a queda de 0,7% registrada no ano anterior. Nesse cenário, o e-commerce apresenta-se como uma oportunidade relevante para manter o crescimento em 2024.
Da mesma forma que o varejo já dispõe de ferramentas para fazer previsões e estimativas, chegou a hora de a indústria lançar mão da tecnologia para auxiliar na sua adaptação ao comércio eletrônico. Se outro setor importante da economia nacional passou por essa adaptação com sucesso, por que não aprender com ele e acelerar essa transição? A regra de mercado é clara: sem tecnologia e dados, não há aumento das vendas e produção sustentável.
Guilherme Costa, Executivo da plataforma Colecta.
