Prestadores de serviços gerenciados de TI encerram a era dos simples resolvedores de problemas

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Durante muito tempo, chamar um prestador de serviços de TI era sinônimo de que alguma coisa deu errado com os equipamentos das empresas. O termo "break-fix" servia adequadamente para explicar a relação. Algo 'quebrou' ou deixou de funcionar como deveria, é necessário chamar o 'pessoal da tecnologia' para 'consertar'. Ocorre que a transformação digital se encarregou de modificar totalmente esta dinâmica. Com estimativa de movimentar US$ 600 bilhões em todo o mundo este ano, os empreendedores especializados nesta atividade caminham a passos largos para sepultar definitivamente o modelo "break-fix" e consagrar o MSP (Managed Service Providers), conforme já vinha sendo alertado que aconteceria pelos principais especialistas no assunto nos últimos anos.

Só para contextualizar, um prestador de serviço "break-fix" atua de forma reativa. Seu pagamento geralmente é feito por serviço, ou seja, o cliente paga cada vez que solicita uma intervenção

Por outro lado, um MSP oferece um modelo proativo e contínuo de gerenciamento de serviços de TI. Eles monitoram e gerenciam a infraestrutura de TI do cliente de forma regular, muitas vezes por meio de contratos mensais. Isso inclui manutenção preventiva, atualizações, suporte técnico e monitoramento de segurança, o que ajuda a evitar problemas antes que eles ocorram.

Em resumo, enquanto o prestador "break-fix" reage a problemas, o MSP trabalha para prevenir esses problemas e garantir que os sistemas de TI funcionem de maneira eficiente e segura.

Com essa dinâmica que atende com muito maior eficiência às necessidades atuais do mundo corporativo, a consequência é que o cenário de MSPs está em plena evolução e se caracteriza por vários fatores, incluindo segurança cibernética, colaboração, qualificação e consolidação estratégica. A maioria dos MSPs está priorizando recursos internos para fornecer serviços, mas há um aumento nos serviços cogerenciados destacando uma mudança em direção a modelos colaborativos.

O estudo The MSP Horizons Report 2025, desenvolvido pela N-able, fornecedora líder de soluções de software baseadas em nuvem para provedores de serviços gerenciados, revelou que 90% dos MSPs pesquisados estão esperando crescimento em sua receita de serviços de segurança gerenciados nos próximos três anos e 59% deles acreditam que sua receita crescerá mais de 20% este ano em comparação com 2024.

Para pegar carona nesta onda de crescimento, os prestadores de serviços de TI que ainda atuam como "break-fix" devem imediatamente embarcar neste novo modelo seguindo os seguintes passos:

  1. Mudança de Mentalidade: É preciso que os empreendedores deste setor comecem a ver seu negócio como um parceiro estratégico para seus clientes, em vez de apenas um solucionador de problemas. Eles devem focar em oferecer soluções proativas que ajudem a prevenir problemas antes que eles ocorram.
  2. Modelo de Preço Recorrente: O próximo passo é a adoção de um modelo de preços baseado em assinaturas ou contratos mensais. Isso proporciona uma receita previsível e permite a oferta de serviços contínuos.
  3. Serviços Proativos: A etapa seguinte é o desenvolvimento de um portfólio de serviços que inclua monitoramento contínuo, manutenção preventiva, backups regulares e suporte técnico. Isso ajuda a garantir que os sistemas dos clientes estejam sempre funcionando de maneira otimizada.
  4. Automatização e Ferramentas: A jornada da evolução exige ainda investimentos em ferramentas de gerenciamento remoto e automação que permitam monitorar e gerenciar a infraestrutura de TI dos seus clientes de forma eficiente.
  5. Educação e Treinamento: Manter uma equipe atualizada sobre as últimas tendências e tecnologias em TI é fundamental para a consolidação neste novo modelo. Para isso é necessário oferecer treinamentos para os colaboradores e, se possível, até para os clientes. Desta forma todos estarão alinhados com as melhores práticas.
  6. Construção de Relacionamentos: Também é recomendado fortalecer o relacionamento com os clientes, entendendo suas necessidades e oferecendo soluções personalizadas.
  7. Marketing e Branding: Finalmente, toda essa transformação deve ser comunicada por meio de um reposicionamento de marca que reflita a nova abordagem da empresa como um MSP e não mais como um "break-fix". Para isso o melhor caminho é o uso de estratégias de marketing digital para alcançar novos clientes e comunicar os benefícios dos serviços gerenciados.

Seguir essas etapas viabiliza a rápida transição de um modelo "break-fix" para um modelo de MSP, o que garante não somente um crescimento mais robusto e sustentável para o negócio, mas também uma possibilidade maior de fidelização dos clientes.

Rodrigo Gazola, CEO e fundador da ADDEE.

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