O comandante Miguel Dau, diretor de operações do GRU Airport, tem acompanhado de perto o impacto dos drones nas atividades do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ele destaca os eventos que ocorreram em Heathrow, na Inglaterra, e Congonhas, que causaram paralisação das operações, como exemplos de sua preocupação.
"Instalamos há mais de um ano um sistema passivo, em caráter experimental, que detecta a presença de drones em nossa área de operação", diz. No entanto, a ideia no momento é apenas detectar as aeronaves não tripuladas e ele não vislumbra a adoção de qualquer sistema ativo que impeça o voo destes equipamentos.
"No entanto, entendemos que o uso indiscriminado desse tipo de aparelho pode causar fortes impactos na segurança das operações em aeroporto, considerando que a capacidade de um drone derrubar uma aeronave é muito grande e não podemos negligenciar com isso", afirma Dau. O GRU Airport conta com cerca de 1 mil pousos e decolagens por dia.
De acordo com o comandante, o uso de drones é um grande desafio para todos que possuem alguma responsabilidade com a atividade aérea no mundo. Para ele, é preciso encontrar soluções de curto prazo que consigam equilibrar os níveis mínimos de Segurança Operacional e de Segurança Corporativa, de forma a trazer o mínimo de impacto às operações aéreas.
"No médio e no longo prazo os drones serão usados em escala cada vez maior, onde surgirão atividades para o seu emprego. Sem dúvida, este será mais um tema da aviação que necessitará ser equacionado por meio do espírito colaborativo entre a indústria do transporte aéreo e as autoridades envolvidas", conclui.