O governo da Coreia do Sul decidiu permitir a venda do iPhone, da Apple, medida que pode abrir um precedente positivo para os demais fabricantes de telefones celulares de outros países em um dos mercados mais fechados e caros do mundo.
Analistas da indústria e desenvolvedores de software elogiaram a decisão da Comissão de Comunicações da Coreia, órgão regulador das telecomunicações, que tem lançado mão há vários anos de regras técnicas para proteger os fabricantes de celulares do país e prestadores de serviços, com o propósito de permitir que melhorassem suas competências tecnológicas, segundo o New York Times.
A estratégia funcionou durante anos e ajudou empresas coreanas como Samsung Electronics e LG Electronics, a se tornarem a segunda e a terceira maiores fabricantes de celulares do mundo, em venda de unidades e receita. A política protecionista também ajudou o país a desenvolver um dos maiores mercados mundiais de celulares, em que 93% da população de 48,6 milhões são assinantes de serviços móveis.
Entretanto, nos últimos dois anos, as barreiras regulamentares que impediam a venda do iPhone e do BlackBerry, da Research in Motion (RIM), deixou os consumidores sul-coreano em descompasso em relação aos novos smartphones, que oferecem recursos de computação e programas.
Embora a Samsung e a LG já ofereçam smartphones no país com telas sensíveis ao toque (touchscreen) como do iPhone, as vendas foram reduzidas em razão dos altos preços cobrados pelas empresas e pela falta de aplicações de software no idioma coreano.
A indústria mundial vê a decisão como um grande passo porque vai trazer mais concorrência de preços para smartphones e também porque muitos software estarão disponíveis para o iPhone por meio de desenvolvedores, em vez de estritamente através por meio das operadoras de telefonia.
A Apple, no entanto, não disse claramente quando será capaz de começar a vender o iPhone na Coréia do Sul nem como será feita a distribuição do produto. Desde que o iPhone foi lançado em 2007, a Coréia do Sul tem sido um dos poucos países que não comercializam o smartphone.
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