Crise pode atrasar desenvolvimento da Internet das Coisas no Brasil

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A adoção da Internet das Coisas (IoT) pode sofrer atrasos no Brasil, em virtude da crise financeira que o atravessa. Marlos Bosso, o arquiteto de pré-vendas da SAS indica que pesa contra o desenvolvimento da tecnologia brasileira o fato de o País ser baseado na mão de obra.

"A economia brasileira cresce muito baseada na força de trabalho. Com a crise atual, o desemprego, a mão de obra está barateando e a tecnologia está ficando cara. Portanto, pode influenciar no crescimento do IoT no Brasil", disse Bosso. "O custo de um funcionário é muito mais barato aqui do que em outras regiões. Isso faz com que as empresas deixem de investir".

O discurso de Bosso foi enfatizado por outros especialistas de IoT que participaram do oitava Fórum Mobile +, realizado em São Paulo nesta quarta-feira, 22. Segundo Ivan Silva, diretor de pré-vendas da AG na América Latina, suas negociações tornaram-se mais duras.

"Hoje só se discute redução de custo nas empresas, você começa a discutir sobre tecnologia com o CFO. Antes da crise você falava muito com o CIO que entendia IoT como um valor agregado que dá um produto diferenciado", explicou Silva.

Da crise à chance

No entanto, Silva explica que ainda há oportunidades no setor. Para ele, se as indústrias não investirem em Internet das Coisas, outros setores devem buscar suas soluções, como os grandes terminais (portuários e rodoviários) e commodities.

O diretor de solution marketing da Spring Mobile Solutions, Nelio Santos acredita que o momento de crise é chance para encontrar uma boa oportunidade.  "A gente busca dentro da indústria diferentes stakeholders para conversar, e uma das áreas que mais ajuda são as vendas. Quando a gente fala que a Internet das Coisas aconteça em uma indústria, eles patrocinam junto ao marketing, financeiro e outras áreas da empresa. E consegue entre 15% a 20% de retorno no Ebitda", informou Santos.

Quando questionados sobre quais países são exponentes e exemplares para os executivos e líderes brasileiros, os especialistas foram categóricos e unanimes, Alemanha.

1 COMENTÁRIO

  1. Por mais que o custo de mão de obra caia, o que não deve acontecer de forma expressiva dado nossos custos sociais e tributários, será sempre muito mais caro manter equipes de campo do que automatizar a coleta de dados e mesmo a atuação remota. É claro que uma coisa não elimina a outra, mas o aumento de eficiência reduz o custo de mão de obra. E a qualidade também. Para não falar na previsibilidade e controle.

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