A Nestlé acaba de concluir a etapa de implementação do 5G SA em sua fábrica localizada em Caçapava (SP), habilitada pela Embratel com 5G da Claro e usando tecnologia de redes privativas 5G da Ericsson (Private 5G), para obter uma rede com conectividade segura de 4G e 5G de alta velocidade que impulsionará a transformação digital principalmente de seu ambiente industrial.
Segundo as empresas, esta é a primeira vez que a tecnologia de última geração está sendo aplicada para a Indústria 4.0 na América Latina e em uma fábrica da Nestlé no mundo, com arquitetura de rede 100% on premises, que opera completamente separado da rede móvel pública.
A Nestlé Brasil tem na planta de Caçapava um modelo de inovação aberta para aceleração da produção. A empresa buscava apoio tecnológico para respaldar essa jornada e também para auxiliá-la a evoluir de uma fábrica automatizada para uma autônoma. Por meio do projeto, que utiliza frequências de uso experimental licenciadas pela Claro, todos os componentes da infraestrutura, desde as antenas até a rede core autônoma e o servidor, estão localizados nas instalações da Nestlé.
Isto garante que os dados confidenciais permaneçam exclusivamente na rede local da fábrica. A conexão local da infraestrutura da Nestlé também permite o processamento de dados particularmente simples e rápido por meio da rede privativa. Essa arquitetura 5G autônoma de "distâncias curtas" é mais adequada para oferecer suporte a aplicativos críticos para os negócios que exigem tempos de resposta ultracurtos na faixa de milissegundos.
A Nestlé tem incorporado, ao longo dos últimos anos, novas linhas, robôs, automação e realidade aumentada, com benefícios em produtividade, eficiência e aproveitamento de pessoas, atingindo ganhos importantes por meio da transformação digital. Também foram implementados novos processos usando óculos de realidade virtual que conectam o colaborador da unidade com qualquer pessoa em qualquer país. Com essa tecnologia, é possível realizar treinamentos para implementar máquinas recém-chegadas e novas linhas, receber orientações sobre ajustes de equipamentos, melhorias e manutenção remota, tudo sem sair da unidade. O equipamento permite que uma pessoa de fora tenha a visão de dentro da planta, podendo, inclusive, realizar manutenção de forma remota. Agora, com o 5G implementado, todo esse ecossistema digital se tornará ainda mais confiável, disponível e abrangente.
"A operação nacional da Nestlé será referência em um projeto inédito no qual poderá usufruir, na prática, dos benefícios do 5G para a indústria 4.0. Com nossos parceiros, que acreditaram desde o início neste projeto pioneiro, proporcionaremos maior otimização à operação, de forma a alcançar importantes índices de produtividade e eficiência para a indústria. Esse é mais um passo na jornada de inovação e transformação digital realizado pela Nestlé no País, em especial em nossa fábrica de Caçapava, conhecida por desenvolver as novas tecnologias que são, posteriormente, implementadas em outras unidades industriais da empresa", afirma Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil.
"Entre os diferenciais que a tecnologia 5G proporciona ao ambiente industrial destacam-se a alta taxa de transferência de dados, a latência, que no nosso caso faz muita diferença porque os dados serão transferidos dentro da rede até 25 vezes mais rápido que no 4G, e a ampla quantidade de dispositivos que podem ser conectados em uma mesma rede. Essas características proporcionam uma nova realidade à indústria que vai mudar e simplificar o ambiente físico da fábrica. Todos os parceiros envolvidos estão aprendendo num nível de profundidade maior porque começamos a atuar do zero, onde tudo é novo. Em um futuro próximo, teremos a experiência única de já saber como fazer", explica Gustavo Moura, gerente do Programa de Transformação Digital para Operações da Nestlé Brasil.
O 5G também vai levar enormes benefícios para a operação de veículos autoguiados (AGV) na fábrica. Com redução na latência, o controle do equipamento passa a ocorrer quase em tempo real e de forma remota, possibilitando que seja usado com mais segurança, prevenindo riscos de colisões. Além disso, vai permitir uma maior complexidade da operação, adicionando mais AGVs, e impactando positivamente na capacidade produtiva da fábrica. Por fim, o uso do 5G pode promover no futuro o aumento substancial do volume de dados, permitindo integrar nos equipamentos sistemas de visão computacional e inteligência artificial de forma remota.
A escolha pela solução da Ericsson neste novo projeto considerou sua capacidade de ser uma rede privativa dedicada, que conta com um portal de gerenciamento de rede baseado em nuvem e um aplicativo de solução de problemas criado para atender às necessidades de autogestão por usuários de Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia de Operação (OT) industrial em qualquer parte da fábrica, mantendo os dados confidenciais seguros no local. Com a integração da solução com a rede 5G da Claro e da Embratel, está sendo colocado em prática um projeto que irá ampliar as possibilidades de automação da planta para a utilização de novas aplicações.
"A solução de redes privativas 5G da Ericsson foi projetada desde o início para permitir que as organizações gerenciem suas redes e se integrem aos sistemas de gerenciamento de operadoras. Altamente resistente a intrusões e ataques, a solução garante que as operações críticas de negócios atendam aos mais rigorosos requisitos de segurança. Fornecendo cobertura confiável e completa em todo o local, interno e externo, a solução de redes privativas 5G da Ericsson oferece conectividade com baixíssima latência, alto rendimento e alta densidade de dispositivos conectados por metro quadrado", explica Rodrigo Dienstmann, presidente da Ericsson para o Cone Sul da América Latina. Segundo ele, "trata-se de uma solução de fácil gerenciamento pelos usuários de Tecnologia da Informação, que permite total controle sobre os dispositivos conectados à rede sem incorrer em nenhum custo extra por gigabyte de dados, que atende os novos desafios e necessidades das indústrias que estão avançando em sua jornada pela era digital".
De acordo com José Formoso, CEO da Embratel, o projeto desenvolvido busca levar a Nestlé para o próximo nível de digitalização, com a construção de uma fábrica autônoma para proporcionar novas oportunidades de inovação e ampliar a produtividade no local em todas as frentes da unidade. "A Embratel acredita que o 5G será fundamental para que a Nestlé avance nos conceitos da Indústria 4.0, colocando em prática ações e projetos com a devida infraestrutura, suporte, estabilidade e latência. Com a habilitação do 5G na fábrica, o uso de robôs, realidade aumentada, veículos autoguiados e outras inovações que estão fazendo parte dos investimentos da Nestlé serão amplamente beneficiados, aumentando a eficiência operacional da unidade fabril. Além disso, novas aplicações altamente inovadoras poderão ser implementadas. O ecossistema instalado está totalmente integrado à operação da Nestlé para que a fábrica tire o maior proveito dessa cadeia de valor criada", afirma.
A parceria da Nestlé com a Claro, Embratel e Ericsson foi firmada no final do passado, dando início a um programa piloto desenvolvido inicialmente nas instalações do Parque Tecnológico São José dos Campos, conectado com 5G SA experimental. O beOn Claro, hub de inovação da Claro e da Embratel, e o time de P&D&I da Ericsson tiveram um papel fundamental no desenho e implementação de um ecossistema sustentável de inovação aberta.
"A Claro e a Embratel acreditam no desenvolvimento conjunto de soluções e ventures como o principal caminho para a criação de aplicações que realmente tenham potencial para gerar impacto na economia e na sociedade. As empresas apostam na interação e no diálogo com os demais agentes da comunidade de inovação aberta para estabelecer iniciativas que gerem empreendimentos com base em hardware e software que resolvam problemas de forma inovadora e eficiente e que possam atender diversos setores. A parceria com a Nestlé está sendo fundamental para avançarmos em aplicações práticas de Indústria 4.0, com foco em resultados", conclui Rodrigo Modesto Duclos, diretor de Inovação Digital da Claro e fundador do beOn Claro.