A queda-de-braço que vem sem travada nos últimos tempos entre os governos americano e chinês parece não se limitar às supostas atividades de espionagem digital da China para obter segredos comerciais e militares dos Estados Unidos e intervir diretamente nas atividades de empresas norte-americanas no país asiático. Agora é o governo americano que quer acompanhar de perto os passos das companhias chinesas nos EUA.
Segundo fontes informaram ao The Wall Street Journal, o Departamento do Tesouro dos EUA começou a investigar os negócios da fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações Huawei no país. De acordo com as fontes, o Comitê para Investimentos Estrangeiros nos EUA (CFIUS, na sigla em inglês) decidiu averiguar um investimento de US$ 2 milhões feito pela Huawei em maio deste ano para adquirir parte da equipe e da propriedade intelectual da 3Leaf Systems, desenvolvedora de tecnologias de integração de servidores.
Segundo as pessoas ouvidas pelo jornal americano, o órgão do governo quer rever o negócio, sob a alegação de que deveria ter sido informado, já que todos os investimentos estrangeiros no país precisam ser comunicados, o que jamais foi feito pela Huawei.
Segundo executivos da fabricante chinesa que procuraram o jornal, as autoridades do governo americano não foram procuradas porque a empresa não julgou que fosse necessário, já que se trata de uma compra pequena, que não envolve todos os ativos da 3Leaf. Com o negócio já estava fechado e as transferências de funcionários concluídas, o CFIUS pode adotar uma medida retroativa, que implicará no cancelamento do contrato de compra e na devolução do dinheiro.
Na análise do The Wall Street Journal, ações retroativas por parte do Departamento de Tesouro, que controla a CFIUS, são raras e, neste caso, mostram a cautela do governo americano em relação a companhias chinesas, especialmente a Huawei, que vem registrando rápida expansão internacional. Oficiais do Tesouro americano não quiseram comentar o assunto.
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