O Brasil é apontado como o país da América Latina que oferece as melhores condições para o desenvolvimento do comércio eletrônico, de acordo com o índice e-Readiness, da AméricaEconomia Intelligence, que realizou um estudo sobre o mercado da região por encomenda da administradora de cartões Visa. O levantamento, que teve como base o período de 2009 a 2011, procurou analisar as transações de e-commerce, a infraestrutura tecnológica, penetração do sistema bancário, adoção de tecnologias por parte dos consumidores e as ofertas locais.
O valor de referência de e-Readiness é 1, que corresponde ao índice da Espanha registrado no estudo de 2009 — o país passou para 1,65 em 2011. No caso dos Estados Unidos, o índice cresceu de 2,25 para 4,15 nos últimos dois anos, principalmente por conta da alta penetração da banda larga, que passou de 14% a 60%, e de um sistema e-commerce móvel mais eficiente. Os dois países são referência na medição do e-Readiness. Os únicos países latino-americanos que ultrapassam o ponto de referência, se igualando ou superando a Espanha em 2009, foram o Brasil, com 1,35, Chile, com 1,15, e Porto Rico, 1,20.
Com índice mais alto entre os países da América Latina, o Brasil registrou 31% de crescimento no ano passado em relação a 2009 e taxa superior a 3% ao alcançado há dois anos pela Espanha. O que definiu a alta pontuação brasileira foi principalmente o tamanho da população e o crescimento econômico. Apesar desse avanço, a pesquisa destaca que a proporção de internautas brasileiros é de 43%, bem abaixo da Espanha, onde 67,3% da população tem acesso à internet, e de outros países latino-americanos, como a Argentina (67,4%), Uruguai (55,1%), Colômbia (47,3%) e Porto Rico (47%).
Em relação à infraestrutura, o relatório aponta que o Brasil também precisa evoluir, já que possui apenas 84,6 conexões de banda larga por mil habitantes, abaixo da média regional, que é 87,5. A introdução das variáveis logísticas na pesquisa favoreceu a pontuação do país, que tem uma boa rede de companhias atuantes no setor.
Outros países da América Latina também apresentaram índice elevado, como o Equador, que cresceu 58% no ano passado em relação a 2009, a Argentina, com alta de 51% e o Uruguai, com taxa de crescimento de 49%, na mesma base de comparação. O ritmo de crescimento da região como um todo foi marcado, principalmente, pela adoção tecnológica, que teve expansão de 113% entre 2009 e 2011. Esse fenômeno resulta em um crescimento regional de 30% na comparação com 2009, com índice atual de 0,80.