A Microsoft e o Boston Consulting Group (BCG) lançaram recentemente o relatório Fechando a lacuna da sustentabilidade: Ajudando as empresas a avançarem de promessas para o progresso, que destaca a necessidade urgente do desenvolvimento de um novo conjunto de habilidades de sustentabilidade na força de trabalho global durante os próximos cinco anos, além de detalhar o compromisso de ambas as companhias em apoiar essa transformação. O relatório se concentra em como as organizações devem buscar a qualificação e traça as novas habilidades e conhecimentos que os profissionais precisarão para atingir as metas de sustentabilidade.
De acordo com o relatório LinkedIn Green Jobs, os empregos "verdes" cresceram a uma taxa anual de 8% entre 2015 e 2021, enquanto o pool de talentos cresceu apenas 6%. Nesse contexto, as empresas estão enfrentando uma enorme lacuna de habilidades relacionadas à sustentabilidade, que englobam três categorias: primeiro, alguns funcionários precisam de conhecimentos e habilidades profundas e especializadas em torno da sustentabilidade em áreas como contabilidade de carbono, remoção de carbono e avaliação de serviços ecossistêmicos. Isso inclui as habilidades necessárias para abordar essas questões por meio de novas ferramentas digitais específicas para o clima.
Em segundo lugar, equipes de negócios mais amplas precisam de um acesso mais limitado, e em alguns casos em profundidade, sobre áreas específicas da sustentabilidade, como questões relacionadas ao clima que se tornaram importantes para a gestão de compras e cadeia de suprimentos. Em terceiro lugar, muitos funcionários precisam de fluência básica e mais ampla em questões sobre a sustentabilidade e campos de ciência climática que impactam uma ampla variedade de operações e processos de negócios.
A transformação da sustentabilidade precisará de pessoas que possam combinar conhecimentos e habilidades especializadas no tema, com diferentes graus de outras habilidades multidisciplinares. Elas precisarão combinar habilidades em STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e de outros campos das artes liberais, bem como conhecimentos que abrangem os negócios, o uso de dados e tecnologias digitais. Essa combinação atualmente é difícil de ser encontrada, e muitas vezes não existe naturalmente.
A lacuna de Habilidades em Sustentabilidade está criando um crescente sentimento de ansiedade para os líderes empresariais
Esse mal-estar reflete não apenas a enormidade da crise climática, mas também as crescentes expectativas públicas de que as empresas transformarão suas promessas climáticas em progresso. Muitas companhias ainda não possuem pessoal qualificado, nem estão equipadas com os processos de negócios e sistemas de dados necessários para esta etapa. Essa pressão por desempenho está crescendo, enquanto as preocupações econômicas aumentam. A turbulência econômica está pressionando ainda mais as organizações a encontrarem novas maneiras de fazer mais com menos.
"Milhares de empresas em todo o mundo emitiram promessas climáticas – mas, globalmente, não temos atualmente a força de trabalho com as habilidades necessárias para transformar o que foi prometido em progresso. Na história da civilização, poucas gerações precisaram fazer tanto em tão pouco tempo quanto devemos fazer agora. Em seu nível mais fundamental, este é o maior desafio e oportunidade de nosso tempo. Assim como a era espacial e a era digital, a transformação mundial da sustentabilidade exige não apenas uma nova geração de tecnologias, mas uma nova geração de conhecimentos e habilidades. Claramente nenhuma entidade pode enfrentar este desafio sozinha. A chave será estabelecer parcerias amplas e eficazes com outros para mover a força de trabalho mundial para o futuro. As propostas deste relatório não têm todas as respostas, mas acreditamos que o mundo deve se comprometer com uma Estratégia Global de Habilidades em Sustentabilidade baseada em um esforço conjunto e coordenado de empresas, organizações do setor, provedores educacionais e governos. E estamos comprometidos em fazer nossa parte", citou Brad Smith, Vice-Chair e Presidente da Microsoft Corporation.
Empresas exigem muito mais talentos com habilidades em sustentabilidade
A maioria das empresas na vanguarda da transformação da sustentabilidade tem deixado a desejar na criação dos talentos necessários. O relatório constatou que os empregadores, até agora, nomearam 68% de seus líderes de sustentabilidade a partir de funcionários da própria empresa. Cerca de 60% dos membros da equipe de sustentabilidade não possuem especialização na área.
Tipicamente, esses indivíduos são capacitados internamente para realizar um trabalho crítico de sustentabilidade. Olhando para as cerca de 3.900 empresas que fizeram promessas climáticas, é evidente que o trabalho para transformar essas promessas em progresso requer muito mais talentos com habilidades e fluência na área de sustentabilidade do que aqueles que atualmente estão sendo treinados dentro dos negócios dessas empresas.
O relatório também menciona que, para avançar mais rapidamente nesta área, serão necessários progressos em três áreas críticas:
- Todos precisam trabalhar juntos para desenvolver uma compreensão compartilhada, baseada em dados mais precisos, em relação à evolução dos empregos e aos conhecimentos e habilidades em sustentabilidade necessários para eles. Atualmente, os dados permanecem inconsistentes, sendo necessárias, portanto, uma taxonomia e estrutura comuns e melhores, que se baseiam no recente trabalho de sustentabilidade de uma ampla gama de envolvidos, como organizações internacionais, governos nacionais e empresas privadas, para desenvolver uma compreensão compartilhada das necessidades da força de trabalho de sustentabilidade. A Microsoft e o LinkedIn apoiarão esforços para definir habilidades e competências, permitir o mapeamento de habilidades e empregos de sustentabilidade à medida que evoluírem, e também farão parcerias com instituições como a Organização Internacional do Trabalho e o trabalho da Microsoft com a Development Data Partnership, que inclui a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outras organizações multilaterais.
- Os empregadores devem agir rapidamente para melhorar sua força de trabalho por meio de iniciativas de aprendizagem focadas em conhecimentos e habilidades em sustentabilidade. Isso exigirá o suporte de uma variedade de parceiros de aprendizagem, incluindo instituições de ensino, provedores de educação profissional, programas de ensino e provedores de treinamento online. Este trabalho deve começar com o desenvolvimento de novos materiais de ensino que possam ser utilizados tanto de forma presencial quanto online, apoiados por iniciativas de aprendizagem ampliadas para alcançar os funcionários dessas empresas, e de forma mais ampla por toda a força de trabalho. A Microsoft trabalhará com parceiros para desenvolver e compartilhar novos materiais de aprendizagem sobre sustentabilidade. Estes incluirão caminhos de aprendizagem do LinkedIn para sustentabilidade, bem como materiais de sustentabilidade focados nos negócios fornecidos por meio do Centro de Aprendizagem de Sustentabilidade da Microsoft e do Centro de Soluções em Nuvem. Além disso, novas parcerias com ONGs serão formadas para ajudar os trabalhadores, incluindo aqueles em comunidades impactadas e em transição, a completar os caminhos de aprendizagem relacionados à sustentabilidade. Isso inclui uma parceria com a INCO Academy para lançar um curso de Habilidades Digitais Verdes para apoiar até 10.000 alunos, incluindo os que estão no chamado Sul Global.
- O mundo deve preparar a próxima geração de trabalhadores para os empregos de sustentabilidade do futuro.Assim como governos, ONGs e empresas têm trabalhado para trazer habilidades digitais e Ciência da Computação para as escolas, serão necessárias parcerias semelhantes para trazer fluência e a Ciência da Sustentabilidade para as escolas primárias e secundárias. E as instituições de ensino superior precisarão fortalecer e expandir seus programas de graduação e pós-graduação relacionados à sustentabilidade. A Microsoft está comprometida em criar e fornecer novos materiais curriculares e de treinamento que possam ser usados por estudantes do ensino fundamental e médio. Isso incluirá os novos mundos Minecraft Frozen Planet II, apresentados em parceria com a BBC Earth na COP27, adicionado ao kit de temas de Clima e Sustentabilidade e ao mapa de aprendizagem da Cidade da Sustentabilidade, disponíveis no Minecraft Education. A companhia também se juntará à Greening Education Partnership, da UNESCO, para oferecer ações fortes e coordenadas que capacitarão os alunos com as habilidades necessárias para um desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável.
A Microsoft investirá na capacitação global para o ensino superior. Isso incluirá uma nova parceria com a colaboração internacional de pesquisa do Projeto MECCE (Monitoring and Evaluating Climate Communication and Education) para apoiar a implementação, monitoramento e emissão de relatórios sobre a educação em torno da sustentabilidade em todo o mundo. Além disso, a companhia criou uma parceria com a Association for the Advancement of Sustainability in Higher Education, prestando apoio aos seus Centros de Sustentabilidade por meio do Programa Curricular.
