Robert Graves, presidente do Fórum ATSC, admitiu não ter nenhuma novidade a apresentar ao governo brasileiro como proposta para que o País escolha o seu sistema como base para a implantação do SBTVD.
A afirmação foi feita em Brasília nesta segunda, 23/1, primeiro dia de demonstrações dos sistemas de interatividade desenvolvidos pela Fitec, uma das entidades que participou de consórcios para desenvolvimento do SBTVD, utilizando um set-top box do ATSC desenvolvido na Coréia.
Para Graves, a adesão do Brasil ao ATSC é importante por representar certamente um ganho de escala para os produtores de equipamentos do sistema, mesmo diante do tamanho do mercado interno norte-americano para consumo dos televisores.
Mas, segundo ele, é mais importante ainda para o Brasil, pelos ganhos que isso pode representar para o País em termos econômicos.
Argumentos mantidos
Apesar disso, Graves repetiu os argumentos já conhecidos relativos à escala de produção, com a conseqüente diminuição de preço, que a escolha do ATSC poderia proporcionar ao Brasil, exemplificando com a velocidade de redução dos preços dos equipamentos de televisão digital nos Estados Unidos.
Segundo Graves, atualmente já se compra nos Estados Unidos um televisor HTDV por US$ 455, um receptor digital apenas Standard por US$ 299 e um set-top box por US$ 89. A previsão é vender set-top por apenas US$ 50 em 2008.
Outro argumento repetido por Graves refere-se à multiplicidade de fornecedores de equipamentos (ao menos duas dúzias) e à diversidade de modelos (800) disponíveis no mercado norte-americano. Um segundo aspecto deste mesmo argumento é o poder de compra do mercado dos EUA.
Graves lembra que a partir de março do próximo ano, nos Estados Unidos, não se venderão mais televisores que não sejam digitais. Além disso, o mercado de televisores daquele país é totalmente dominado pelos produtos importados do México, Coréia, Japão, Taiwan, China e Brasil. Por esta razão, o Fórum ATSC acredita que a adoção de seu sistema no Brasil será um "formidável impulso" para aumentar suas exportações.
Sem comentar
Questionado sobre a diferença de custo de um televisor de um ou de outro padrão, uma vez que a maior parte do equipamento é "comum" em qualquer sistema, Graves não quis estabelecer um percentual.
Limitou-se a afirmar que por menor que seja a diferença entre dois sistemas, produzir dois tipos diferentes é mais caro que produzir um único tipo.
Ele lembrou também que, no caso brasileiro, para continuar a receber sinais analógicos das emissoras brasileiras, os televisores digitais produzidos no País continuarão a ser PAL-M: "Hoje, esta aparente pequena diferença faz com que um televisor analógico produzido no Brasil seja 30% mais caro que um televisor produzido no Chile, que usa o NTSC", afirmou.
Custos de equipamentos
Uma segunda linha de argumentos repetidos por Graves refere-se ao menor custo dos transmissores ATSC, agora não apenas pela escala, mas também porque eles são, segundo o executivo, mais baratos que os dos demais sistemas, por trabalharem com potência menor.
Além disto, como os transmissores do DVB exigem maior potência, gastam quatro vezes mais energia, são maiores e muito mais pesados. Esta diferença pode significar a possibilidade de reutilizar a atual torre de transmissão ou a necessidade de construir uma nova.