A compra do banco holandês ABN Amro pelo britânico Barclays deve provocar uma reestruturação profunda no quadro de funcionários da instituição financeira, e a primeira delas deve ser o deslocamento de 10,8 mil postos de trabalhos para países como Índia. ?A redução na equipe de funcionários é uma parte necessária para a combinação das sinergias dos dois bancos?, disse o Barclays em comunicado divulgado nesta terça-feira (24/4).
A estratégia do banco com a transferência dos postos de trabalhos para países com mão-de-obra mais barata, seria reduzir custos com salários. O Barclays admitiu também que cortará também 12,8 mil funcionários caso sua proposta seja aprovada pelos acionistas do ABN Amro.
De acordo com o banco britânico, muitas das posições offshore estão inchadas como a unidade ACES do ABN Amro, uma subsidiária que o banco holandês mantém na Índia para serviços de TI. A operação, localizada em Mumbai, é conhecida pelos benefícios oferecidos aos empregados, ao estilo das antigas pontocom, e por ?regalias? como a manutenção de personal trainers e jukes boxes musicais espalhadas por suas instalações.
ABN Amro também tem uma grande parte de seus serviços terceirizados para empresas da Índia. Em 2005, por exemplo, o banco entregou um pedaço de suas operações de TI, junto com 3,2 mil trabalhos técnicos, a cinco fornecedores, cujo valor dos contratos soma mais de US$ 2 bilhões. Entre os fornecedores estão a IBM, Accenture, bem como as empresas indianas de serviços Tata Consultancy Services, Patni Computer Systems e Infosys Technologies. O Barclays pensa em cortar 9,5 mil empregos como parte de seu plano de reduzir as despesas em US$ 10,4 bilhões nos próximos três anos.
O comunicado do Citigroup e do Barclays tem como base um relatório divulgado no começo deste ano pela Deloitte, o qual prevê que as despesas dos bancos com offshore de tecnologia aumentarão 6% neste ano, totalizando um gasto total de US$ 44 bilhões, o que irá consumir 30% orçamento das instituições até 2010.