A Votorantim Novos Negócios (VNN), braço de venture capital do grupo Votorantim, anunciou nesta terça-feira (24/4) a fusão de duas de suas controladas: a Tivit, empresa especializada em serviços de outsourcing de TI e de processos de negócios, com a Telefutura, empresa de serviços de contact center.
A Tivit tinha como único acionista a VNN, com 100% do capital, e a Telefutura possuía 40% de seu capital nas mãos da VNN, 28% nas do Banco Pátria e 32% sob controle dos sócios fundadores, Luiz Mattar e Eraldo de Paola. Com a fusão, a empresa do grupo Votorantim passa a deter 72,1% do capital, o Pátria, 12,4%, e os fundadores, 15,5%. A operação foi realizada por meio da troca de ações.
De acordo com Paulo Henrique de Oliveira Santos, diretor-presidente da VNN, a fusão segue a tendência mundial do setor, motivada pela demanda dos clientes em contar com pacotes mais completos de serviços oferecidos por um único provedor. ?A união entre a Tivit e a Telefutura cria uma empresa com uma oferta ampliada de produtos e serviços e capacidades complementares, que nos permitem oferecer soluções integradas e verticalizadas para a terceirização de processos de negócios?, observa.
Ele informou que a marca Tivit será mantida, por ser mais abrangente e alinhada com o novo escopo de atuação da nova empresa, a qual deve ter as suas operações internacionalizadas para concorrer com os principais fornecedores mundiais como, por exemplo, as empresas indianas. ?A consolidação das operações das duas empresas cria um novo modelo de negócios para uma empresa brasileira, seguindo a tendência mundial de unir forças em torno de estruturas unificadas e com a solidez necessária para disputar espaço no competitivo mercado mundial de terceirização?, disse Santos.
A empresa já nasce com um faturamento previsto para este ano de R$ 700 milhões, e deve contratar mais 3 mil pessoas, o que elevará o quadro para 18 mil funcionários. O faturamento pró-forma, no ano passado, foi de R$ 500 milhões. ?Além de contratarmos mais funcionários, faremos parcerias com instituições de ensino e universidades, investindo assim na formação dos nossos profissionais, que ficarão aptos a trabalhar em um setor no qual há carência de pessoal especializado, que é o de tecnologia da informação?, explica Luiz Mattar, presidente da Tivit.
A oferta de produtos e serviços será dividida em duas linhas de negócio: tecnologia da informação e business process outsourcing (BPO). A primeira, que ficará sob o comando de Edson Ferreira Leite, engloba infra-estrutura de TI e integração de sistemas. A segunda, na qual estarão os serviços de contact center e as soluções para processos de negócios, será liderada por Eraldo de Paola. O público-alvo da nova empresa são companhias de médio e grande porte dos setores Financeiro, Manufatura e Serviços.
A Tivit pretende crescer a taxas de dois dígitos, por meio de três grandes linhas de ação: crescimento orgânico, aquisições e internacionalização. O crescimento orgânico da empresa fundamenta-se no aumento dos serviços prestados à sua base atual de mais de 300 clientes e na conquista de novos, através de uma oferta mais ampla de produtos e serviços. Os planos da empresa prevêem também aquisições para ganhar participação de mercado e obter ganhos de escala em contact center, bem como para adquirir competências complementares em integração de sistemas e BPO nos mercados nacional e internacional (offshore) em que a empresa atuará.
?A Tivit nasce com perspectivas de crescimento agressivas nos próximos anos. Nosso plano é ousado e fundamenta-se no histórico de sucesso das duas empresas, em uma governança corporativa bem estruturada e em uma sólida estrutura de capital?, observa Mattar. ?Outro diferencial importante é o centro de decisão local, que garante flexibilidade e agilidade na tomada de decisões?, lembra Oliveira Santos. Na avaliação do presidente da VNN, a Tivit vai quebrar o paradigma e criar um novo modelo de negócios para as empresas brasileiras, colocando-se em patamar de igualdade com os grandes players mundiais do setor.