Uma empresa americana de Inteligência Artificial divulgou recentemente que um "robô" passaria a intermediar processos e atuar em pequenas causas nos EUA, podendo substituir a atuação de advogados. Em paralelo, o assunto das últimas semanas tem sido o ChatGPT. Trata-se de um protótipo de chatbot capaz de gerar textos e que promete rivalizar com o Google, questionando o papel de jornalistas e produtores de conteúdo. No mundo do ERP e das grandes indústrias, a automação crescente é uma realidade. Quanto mais as operações são robotizadas, mais eficientes elas tendem a ser. Como sempre, essa onda de tecnologias disruptivas nos levam a questionar o papel das pessoas nessa nova organização laboral.
A discussão sobre novas profissões e as que deixarão de existir por conta da tecnologia é longa e antiga. Contudo, o fantasma de nos tornarmos obsoletos não deixa de nos perseguir. É claro que quem não se atualizar vai perder a janela de oportunidade, mas vejo que, quanto mais o tempo passa, mais valiosa é a contribuição humana para o desenvolvimento de negócios de sucesso.
Depois de anos como executivo e agora como empreendedor, percebo que o fator humano é crucial. No ramo de consultoria, e falando especificamente na área de tecnologia, o capital humano é o bem mais precioso que temos. Clientes são pessoas, consultores são pessoas, parceiros são pessoas, fornecedores são pessoas. Somos feitos e lidamos com pessoas, por mais tecnológica que seja a solução que vendermos.
Por isso, não me assustam as notícias de que a Inteligência Artificial pode estar assumindo tarefas cada vez mais complexas. O fator humano sempre existirá e será cada vez mais determinante para analisar, gerir e promover conexões a partir dessas inovações. Quanto mais a tecnologia avançar, mais valioso e estratégico será olhar para equipes e para as habilidades relacionais. O que dá alma, gera diferenciação de mercado e define os rumos de negócios não é um software, mas as pessoas que escolhem de que forma trilhar os desafios.
Pode parecer romântico, mas não é. Os avanços e os benefícios trazidos pela tecnologia são inegáveis e inevitáveis. Mas, no fundo, não importa o seu ramo de negócio, sua empresa é feita de gente. E gerir pessoas é uma das tarefas mais complexas que um gestor pode ter. E, ao mesmo tempo, é também das mais fundamentais e enriquecedoras. Somos diversos, múltiplos, interessantes. Somos capazes de criar coisas que podem mudar o mundo. Facilitar a potência que seu time possui, entender os desafios reais de seus clientes, conectar-se genuinamente com fornecedores e parceiros: essa é – e continuará sendo – a verdadeira revolução. Você está pronto para ela?
Fabrício Oliveira, CEO da Vockan.