O Sindicel, que reúne 60 empresas de fios e cabos ou 90% dos fornecedores de telecomunicações, alerta que a alta na cotação do cobre – 65% de janeiro até maio – está afetando seus custos e consequentemente os preços dos produtos finais.
Segundo o presidente do Sindicel, Sergio Aredes, os fabricantes de cabos e condutores elétricos estão gastando 40% mais e já perdem 2/3 das margens do produto. "Isso tem um impacto de 30% no preço final para a indústria de telecomunicações", afirma.
O presidente do Sindicel diz que a recuperação da margem será bastante difícil e que a indústria vai repassar os custos de forma gradativa. "O momento não é tão grave para se pensar na substituição do cobre por outros materiais, principalmente na indústria de telecomunicações onde esta substituição seria ainda mais onerosa devido à padronização dos equipamentos", diz Aredes.
Segundo o executivo, a alta do cobre é principalmente especulativa e não reflete um problema de oferta e procura. "Esperávamos uma estabilização, mas isso não está acontecendo", afirma.
O Sindicel aconselha a indústria a ter especial atenção com o capital de giro para suportar a queda das margens.
De janeiro a início de maio deste ano, o cobre aumentou 60% em dólares e 50% em reais. Em 2002, uma tonelada era negociada a US$ 1.559,64 em média. Este ano, o insumo já bateu todos os recordes e, em 22 de maio, fechou a US$ 7.620 a tonelada.