A explosão que matou três pessoas e feriu outras 15 numa unidade chinesa da fabricante de eletrônicos Foxconn foi causada por "poeira combustível", segundo relatório preliminar da polícia de Chengdu, onde fica a fábrica.
De acordo com reportagem do New York Times publicada nesta terça-feira, 24, a investigação acredita que a principal causa da explosão foi a presença de poeira nos dutos de ar da unidade de polimento de componentes das instalações de Chengdu. No entanto, ainda não há detalhes sobre o incidente.
Policiais ouvidos pelo jornal informaram ter ouvido relatos de funcionários que reclamaram das péssimas condições de ventilação nas instalações de Chengdu. Uma investigação trabalhista cujo relatório foi publicado no mês passado dizia que os dutos de ventilação estavam "infestados" de pó de alumínio, que era constantemente respirado pelos empregados da Foxconn. Para polir o iPad e deixá-lo brilhante, disseram os policiais, são usados tubos de ar em alta pressão.
A explosão aconteceu na sexta-feira, 20, e, inicialmente dois funcionários foram mortos e 16, feridos. Com a morte de um dos feridos, a Foxconn decidiu parar todas as suas atividades de polimento, de todas as unidades, até que o laudo técnico descobrisse as causas do ocorrido (veja mais informações em "links relacionados" abaixo). A paralisação afeta diretamente os clientes da companhia chinesa, como Dell, HP, Sony e Apple.
Segundo dados da consultoria IHS iSuppli, se a paralisação durar até junho, a Apple sofrerá com a falta de 500 mil iPads por mês durante o segundo trimestre deste ano. A fabricante de eletrônicos nega que tenha sido afetada, enquanto o presidente da Foxconn, Terry Gou, disse que "ainda não é possível monetizar o acidente de Chengdu".
Mesmo se a produção dos tablets for transferida para outras unidades, a consultoria não acredita que a demanda será suprida. A fábrica de Shenzen, por exemplo, a maior da China, tem capacidade de produzir 7,5 milhões de iPads por trimestre, em média, segundo a iSuppli. Se ela absorver a demanda dirigida à unidade de Chengdu, teria de fabricar entre 7,8 milhões e 8,1 milhões de tablets para a Apple no segundo trimestre – para a consultoria, isso significa que, somente em uma unidade, já pode ser vista baixa de 300 mil a 600 mil aparelhos no mercado.
Os demais clientes da Foxconn, supostamente afetadas pela explosão, não se pronunciaram sobre o assunto.
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