O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, garantiu nesta quarta-feira, 24, a seu colega francês, François Hollande, que a espionagem a países aliados havia terminado, classificando-as de "práticas inaceitáveis", informou a Presidência francesa.
O telefonema de Obama a Hollande ocorreu após a notícia de que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) tinha espionado líderes franceses. "O presidente Obama reiterou, sem ambiguidades, seu firme compromisso de parar com essas práticas, que tiveram lugar no passado e que são inaceitáveis entre aliados", informou a Presidência francesa em comunicado.
O coordenador do serviço de informações junto à Presidência francesa, Didier Le Bret, vai, "nos próximos dias", aos EUA para conversar com as autoridades locais sobre as revelações de que três presidentes franceses foram espionados pelos norte-americanos, anunciou o governo de François Hollande. Le Bret, deverá "fazer o balanço de todas as disposições acordadas entre a França e os Estados Unidos" em matéria de espionagem, informou o porta-voz do governo, Stéphane Le Foll, à saída da reunião semanal do Conselho de Ministros.
O governo francês considerou "inaceitável a espionagem entre aliados" e o Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou para o final da tarde desta quarta a embaixadora dos Estados Unidos na França, Jane Hartley, para prestar explicações, acrescentou o porta-voz.
Os documentos — classificados de secretos e que parecem indicar que os presidentes franceses Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande foram espionados entre 2006 e 2012 — foram divulgados pelo WikiLeaks em parceria com o jornal francês Libération e o site Mediapart.
A Casa Branca não se pronunciou sobre o caso, mas disse que não ter atualmente como alvo as comunicações de Hollande, nem pretende ter, no futuro. Com informações da Agência Lusa.