Dos 645 municípios do Estado de São Paulo, 446 ? ou 69% deles ? tem websites oficiais com informações e serviços aos cidadãos. Nas demais cidades, 31 delas têm algum site alternativo, mantido por associação ou instituição privada, e 198 não possuem páginas na internet.
Os números mostram que, embora o número de municípios sem websites ainda seja elevado para os padrões mundiais, de modo geral há um avanço razoável, ao menos no que diz respeito à presença das prefeituras na web, segundo constatou pesquisa do Centro de Estudos em Tecnologia da Informação para Governo (TecGov) da Fundação Getúlio Vargas.
De acordo com o estudo, porém, não há qualquer avanço significativo de nenhum município no estágio mais elevado, que é a integração completa entre governo e sociedade, em que toda a infra-estrutura de tecnologia da informação e comunicação é comunitária e por meio da qual o cidadão passa a conviver muito mais com o governo. Há apenas algumas poucas iniciativas, muito localizadas.
O grau médio de e-Gov por meio de websites também é muito baixo. Isso se explica, de acordo com o professor Norberto Torres, coordenador da equipe de pesquisa e gestor do TecGov, porque tem havido uma atenção das prefeituras para maior facilidade de uso e estética dos websites, o que demonstra o baixo grau de maturidade do governo eletrônico nos municípios paulistas.
No tocante ao nível de e-serviços geral, ou seja, de conteúdos e informações sobre o município, este está mais desenvolvido que os demais serviços, segundo o professor. Já os serviços baseados em transações finaceiro-comerciais, como pagamentos de tributos e taxas, parcelamento de dívidas, entre outros, ainda estão pouco desenvolvidos. Em relação ao nível de e-democracia, o grau geral de e-democracia promovido pelos municípios por meio dos seus websites é muitíssimo baixo, especialmente no que diz respeito a atuação da sociedade no processo decisório.
A cidade de São Paulo foi a primeira colocada no Índice Geral de Qualidade de Governo Eletrônico, medido TecGov. Entetanto, numa escala de 0 a 10 pontos, a capital paulista não atingiu nem a metade da nota máxima, ficando com 3,58 pontos. Em seguida, apareceram as cidades de São Carlos, com 3,08 pontos, e São José dos Campos, com 2,76 pontos. De acordo com Torres, um índice 5 pontos significa uma cidade com uma maturidade razoável em serviços eletrônicos ? o índice 10 é praticamente inatingível, segundo ele.
Além do índice geral, a pesquisa analisou categorias como serviços, e-democracia e usabilidade. O município de São Paulo também encabeçou as duas primeiras categorias, com notas como 3,49 e 4,56, respectivamente. Em usabilidade, entretanto, despencou para a 26ª posição, com 5,43 pontos.
O coordenador da pesquisa observa que deve-se levar em conta que a divisão de usabilidade não leva em consideração o número de serviços disponíveis. Segundo Torres, quando existem muitos serviços ou conteúdos, fica mais difícil manter o mesmo índice de usabilidade, como o que pode ter acontecido com São Paulo. Mas mesmo assim, a cidade ainda precisa melhorar.
No caso específico de usabilidade, os municípios atingiram notas maiores em decorrência da prioridade dada a esse quesito. O líder foi São José dos Campos, com 7,08 pontos, seguido por São José do Rio Preto 6,39 pontos e Barueri, com 6,22. ?Isso mostra que as cidades têm se preocupado cada vez mais com a estética em detrimento dos serviços?, ressalta Torres.