A produção industrial brasileira registrou crescimento em julho em relação a junho, de acordo com sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os dados da entidade revelam que a produção industrial no mês apresentou índice de 53,4, alta expressiva frente ao 51,8 do mês anterior. A demanda não apresentou alteração no período e os índices do estoque subiram de 49,2, em junho para 51,3 em julho, o que indica retração no consumo. Os índices acima de 50 significam alta em relação ao registrado no mês anterior, e, no caso dos indicativos de estoque, representam quantidades acima do esperado para o mês. Abaixo de 50 significam queda ou abaixo do esperado.
Os materiais eletrônicos e de comunicações, cuja produção em julho (54,2) cresceu frente estabilidade apresentada em junho (50), registraram alta na demanda (60,4), mas sofrem com os estoques abaixo do esperado. Segundo o analista de produção industrial da CNI, Marcelo Azevedo, isso indica um momento bom para o setor, mas que deve ser encarado com atenção pelos produtores para que não haja inflação de demanda – quando a procura por produtos supera a oferta.
Azevedo diz que o setor de materiais eletrônicos e de comunicações já prevê aumento na aquisição de matéria-prima para acompanhar o aquecimento da demanda e não sofrer com encalhe de produtos no estoque. É a quantidade estocada, segundo ele, que difere os materiais eletrônicos e de comunicações da indústria em geral.
O economista da CNI avalia que a indústria brasileira começou a ter um aumento de produtos estocados a partir do fim do semestre, principalmente por causa do fim das medidas anticíclicas adotadas para fomentar a demanda interna e enfrentar a crise econômica.
O segmento de materiais eletrônicos e de comunicações, no entanto, compensou a queda da demanda interna com um aumento da procura externa, o que elevou suas taxas de exportação de julho e deve manter o ritmo até o fim do ano. Para o fim do ano, Azevedo prevê que a indústria brasileira continuará se acomodando ao novo panorama econômico, de vendas mais lentas, mas a demanda do segmento de materiais eletrônicos e de comunicações deve manter-se aquecida. O desafio, diz ele, será manter oferta equiparada à procura.
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