A Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais norte-americano similar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil, acusa um funcionário do fundo de investimento H. Ross Perot, do multimilionário de mesmo nome, que foi candidato à Presidência da República dos Estados Unidos, em 1992, e que na segunda-feira, 21, vendeu a empresa de serviços de computação Perot Systems, por US$ 3,9 bilhões, para a Dell. A SEC o incrimina por uso de informação privilegiada, com base em seu suposto conhecimento sobre a oferta pública de ações (OPA) planejada pela Perot Systems.
O órgão regulador entrou com uma ação civil contra Reza Saleh, funcionário da Parkcentral Capital Management LP, sediada no Texas (EUA), e o acusou de ter obtido US$ 8,6 milhões de lucro com opções de ações da Perot Systems antes do anúncio da compra feito pela Dell. Saleh, de 53 anos, trabalha para várias empresas de Perot e ultimamente participou de reuniões de planejamento da venda da Perot Systems, alega a SEC. Ele também tinha duas contas de e-mail, incluindo uma da Perot Systems.
A SEC alega ainda que Saleh falou com um diretor da Perot Systems, cujo nome não foi revelado por não ser acusado de irregularidades, semanas antes de o negócio ter sido anunciado. No acordo, a Dell concordou em pagar US$ 3,9 bilhões pela, um prêmio de 30% sobre o preço das ações um dia antes do anúncio.
Saleh começou a adquirir opções de compra, que conferem ao detentor o direito de comprar ações em um momento futuro, específico, pelo preço da ação entre 4 de setembro e 18 de setembro, segundo a denúncia arquivada na Corte Distrital da SEC em Dallas (EUA). Nessa época, vários executivos da Perot e membros do conselho, incluindo Hoss Perot, tiveram conhecimento das negociações entre as empresas, afirma a SEC, segundo o The Wall Street Journal.
Na quarta-feira, 23, a Parkcentral emitiu um comunicado no qual expressa sua decepção com "a suposta ação de nossos empregados" e diz que continuará cooperando com os órgãos reguladores federais.
- Negócio sob suspeita