O WikiLeaks, site famoso por ter vazado documentos confidenciais de empresas e órgão governamentais, divulgou nesta segunda-feira, 24, que deixará de funcionar temporariamente por falta recursos financeiros. O anúncio foi feito pelo fundador do site, Julian Assange, em entrevista coletiva em Londres. De origem autraliana, ele está retido no Reino Unido, aguardando em liberdade o processo que pode levar à sua extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais. O site que tem divulgado principalmente documentos oficiais secretos da diplomacia americana.
Em comunicado em seu site, o Wikileaks diz que a suspenção da divulgação de documentos secretos oficiais se deve ao "bloqueio arbitrário e ilegal" feito por empresas americanas, como Bank of America, Visa, MasterCard, PayPal e Western Union, que dificultaram o acesso a fontes de financiamento. Segundo o site, o bloqueio destruiu 95% de sua receita e custou bilhões de euros pela perda de doações durante um período de 11 meses. Agora, o site se concentrará em arrecadar fundos
“Fomos forçados a, temporariamente, parar de publicar documentos, enquanto garantimos nossa sobrevivência financeira”, diz a nota. “Não podemos permitir que corporações financeiras americanas decidam como todo o mundo deve usar seu dinheiro para barrar as doações. Nossas batalhas são caras”, completa. O site pede novas doações e afirma que voltará a publicar denúncias quando acertar suas finanças.
A Datacell, empresa islandesa que arrecada fundos para o Wikileaks, entrou com uma denúncia na Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, contra as administradoras de cartões de crédito. Na Europa, a Visa é responsável por cerca de 70% do mercado e a Mastercard, por 25%, ultrapassando 95% de participação de mercado. Em razão disso, o site tem enfrentado dificuldades para obter receita.