Hoje, o principal empecilho para a adoção da computação em nuvem ainda é a questão da segurança. Para o diretor da área de pré-vendas e serviços da VMware para a América Latina, Arlindo Maluli, o problema reside na resistência dos gestores, pois a tecnologia em si já atende aos requisitos para a criação de ecossistemas protegidos. Ele compara esta situação com o início das vendas pela internet que, nos anos 2000, despertava desconfiança, mas aos poucos foi sendo visto com normalidade por todas as organizações.
“A segurança é definida pela soma da credibilidade da marca que oferece o serviço e a tecnologia que ela utiliza. Há dez anos, todo mundo achava loucura digitar os dados de cartões de crédito em sites de compra, e hoje as pessoas fazem isso quase que diariamente. Aos poucos, o mercado vai se tranquilizando e a adoção da nuvem vai acontecer naturalmente em companhias de todos os portes”, desenvolve Maluli. Ele cita as recentes aquisições da VMware, da Nicira e DynamicOps, para entregar soluções seguras e automatizadas de virtualização e nuvem.
Momento Brasileiro
De acordo com os informes financeiros do terceiro trimestre, divulgados nesta semana pela companhia, os mercados internacionais obtiveram crescimento de 16%, inferior à alta de 25% dos Estados Unidos. O gerente geral da VMware no Brasil, Fabio Costa, explica que o volume de negócios do Brasil cresce a níveis superiores que os norte-americanos, devido ao momento econômico pelo qual o país passa.
Segundo o executivo, os investimentos em infraestrutura e produtividade devem guiar o mercado corporativo principalmente no ano que vem, a fim de endereçar a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5%. “Não há como falar em aumentar a eficiência sem investir em tecnologia. A nuvem oferece flexibilidade e redução de custos fixos, logo, a VMware tem toda a oportunidade a frente para se aproveitar desse contexto”, afirma Costa.
O gerente considera que as empresas brasileiras estão maduras para adotar a nuvem, em especial os setores financeiro e varejista. O primeiro, pelo alto nível de desenvolvimento dos departamentos de tecnologia da informação, enquanto o varejo, por sua vez, viu suas operações aumentarem aceleradamente com o crescimento de consumo pela explosão da classe C. “A saída, mesmo que um tanto quanto conservadora, é a utilização inicial de uma nuvem privada para, posteriormente, chegar a adotar uma nuvem pública ou híbrida. Assim, os riscos de segurança são reduzidos consideravelmente”, declarou. “Claro que há um importante obstáculo a ser criado a partir de então – contratação de mão de obra qualificada para criar uma inteligência de negócio. Sem recursos humanos, a tecnologia não faz o trabalho sozinha”, finaliza.