Com o avanço da Inteligência Artificial, a indústria criativa está discutindo formas de como regulamentar o uso para produções, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos e Europa. No país, há um projeto de Lei previsto para ser sancionado até o final do ano, o Marco Legal da Inteligência Artificial PL 2338/2023 que está em discussão no Congresso Nacional, tem como objetivo regulamentar a IA no Brasil, estabelecendo direitos, deveres, princípios éticos e boas práticas de governança entre as empresas da iniciativa privada e setor público.
Diversas áreas devem passar por mudanças, entre elas, a publicidade, principalmente quando se trata da Inteligência Artificial Criativa, onde as empresas do setor vão ter que precisar rever estratégias para não sofrer penalidades. Não é de hoje que a indústria da publicidade se adapta rapidamente muito bem às mudanças tecnológicas, estando até mesmo à frente do tempo, como no fim dos anos 1980 tivemos o filme "De Volta para o Futuro", que foi uma trilogia de sucesso.
Recentemente, por exemplo, tivemos a campanha da Volkswagen que por meio da Inteligência Artificial Criativa trouxe a cantora Elis Regina, que morreu há mais de 40 anos, ao lado da filha, Maria Rita. O comercial dividiu opiniões, emocionou fãs, recebeu muitas críticas sobre quais são os limites da IA ao resgatar a imagem de uma pessoa já falecida, mesmo apesar do consentimento da família.
No mundo a fora, a discussão sobre os impactos da IA na indústria criativa também está acalorada. Há algumas semanas, atores de Hollywood e estúdios dos Estados Unidos cruzaram os braços e fizeram uma greve para reivindicar, além de melhores condições de trabalho, o uso da IA como ferramenta de trabalho e não como substituta de profissionais, porque implicaria em altos índices de desemprego.
Para além das grandes produções, há também outras estratégias na publicidade, como os chatbots, assistentes de voz e algoritmos de recomendação que são partes importantes e não apenas automatizam interações com clientes, como também proporcionam experiências personalizadas. O fato é que com uma regulamentação, as empresas vão ter que ser mais transparentes e éticas, além de zelar por direitos humanos e fazer um uso da tecnologia de forma responsável.
A meu ver, acredito que o Marco Legal da Inteligência Artificial pode ser positivo, porque teremos diretrizes claras no mercado, não deixando de aproveitar a potência da IA para levar mensagens relevantes e impactantes aos consumidores. Isso só vai fortalecer as relações de confiança entre as empresas, clientes e sociedade como um todo. No fim, todos acabam ganhando.
Leandro Alvarenga, CEO da Enterprise Tech Flashvolve.