Em momento de diversas incertezas no mercado, é indiscutível que a atual crise financeira global está gerando ou irá gerar algum reflexo em nosso dia-a-dia. Diante desse cenário, o papel estratégico da tecnologia da informação e comunicação (TIC) merece atenção e ganham destaque projetos, tecnologias e serviços que auxiliam as empresas na redução de custos e/ou de grandes investimentos, sem comprometer as oportunidades de crescimento – como o software livre, a consolidação de servidores, a virtualização, o uso da videoconferência e cloud computing.
Independentemente da estratégia adotada pela companhia a ser seguida daqui por diante, cada vez mais se torna vital o gerenciamento adequado da sua infra-estrutura de comunicação com ênfase não somente na disponibilidade da rede, mas também na performance das aplicações que ali trafegam. Isso também foi demonstrado no estudo "Network and Application Visibility", publicado pelo Aberdeen Group, que identificou que metade das empresas pesquisadas possuem problemas de performance, sendo que 57% desses problemas estão relacionados à rede de comunicação de dados.
Como performance é sinônimo de produtividade e esta última significa receita e/ou redução de custos, a adoção de ferramentas, processos e recursos que alinhem as necessidades do negócio com o gerenciamento da rede é fundamental, como alicerce para a estabilidade e o suporte ao crescimento do negócio.
O sucesso de um processo de gerenciamento eficaz se inicia na fase de identificação de requisitos do negócio, passando pelo desenho de processos com base nas melhores práticas de mercado, pela aquisição de ferramentas, pela capacitação e contratação de pessoas, além de um processo formal de melhoria contínua.
A decisão de se terceirizar ou "fazer em casa" certamente deverá avaliar fatores como o entendimento dos níveis de serviços com o modelo de gestão atual, os níveis de serviços necessários para o negócio e o entendimento de todos os custos envolvidos em todas as etapas do processo de gerenciamento.
A opção pela execução dos serviços "dentro de casa", além dos itens já mencionados, exige uma adaptação cultural dos profissionais de rede, que devem garantir a correta execução dos processos pré-definidos. Também requer dos gestores um grande esforço e atenção para conciliar a capacitação contínua e a retenção desses profissionais.
Se a decisão apontar para a terceirização, alguns pontos devem ser observados na escolha de um fornecedor, como sua infra-estrutura e experiência em gestão de redes (cases de sucesso podem ajudar nessa avaliação), e a disponibilidade de um portal para acompanhamento online dos indicadores acordados, para que o cliente possa monitorar os níveis de serviço em tempo real. Também deve-se ter um processo formal de governança dos serviços terceirizados, passando pela definição de regras, responsabilidades e expectativas, que são traduzidos para os acordos de níveis de serviço. Esses acordos precisam ser acompanhados e revistos, conforme os requisitos do negócio.
Em muitas empresas, a tecnologia ainda é vista apenas como um suporte para as operações no BackOffice, com muito foco na redução de custos. Este é o momento em que talvez seja muito mais importante começar a buscar na tecnologia um diferencial competitivo, com olhos em maiores resultados e na otimização de recursos – e não apenas para a conta de energia, telefone e papel impresso.
A contratação de um provedor com experiência e know-how pode ser uma alternativa na busca da redução da complexidade do gerenciamento, escapando da dificuldade na obtenção e retenção de recursos qualificados – o que reduz as despesas operacionais recorrentes e investimentos, e gera maior eficiência e eficácia operacional. Afinal de contas, mais do que nunca, neste momento a TI deve focar os seus esforços no suporte à melhoria de processos da companhia como um todo, buscando redução de custos e maior competitividade, para que as empresas possam se fortalecer para enfrentar um mercado globalizado, com taxas menores de crescimento.
Daniel Ladvanszky é gerente de produtos da Global Crossing.