A HTC informou que deve encerrar o ano com a receita praticamente no mesmo patamar do ano passado em razão da retração na demanda global e à competitividade acirrada na indústria de mobilidade. O anúncio pegou o mercado de surpresa porque há menos de um mês a fabricante taiwanesa de smartphones havia projetado um crescimento entre 20% e 30% na receita, que poderia chegar até US$ 4,4 bilhões.
A empresa não quis fazer projeções para o quarto trimestre. No ano passado, a receita registradada no perído de outubro a novembro foi de 104 bilhões de dólares taiwaneses (o equivalente a US$ 3,42 bilhões). Embora tenha frisado que há expectativa voltar a crescer já na primeira metade do ano que vem, o mercado reagiu negativamente ao anúncio – as ações da companhia chegaram ao menor índice desde 28 de julho do ano passado na bolsa de Taipei, sendo negociadas a 526 dólares taiwaneses.
A notícia vem um dia depois da derrota sofrida pela empresa no processo de patentes aberto contra a Apple, motivo pelo qual a HTC comprou a S3 Graphics, por US$ 300 milhões. O resultado reflete a dificuldade da taiwanesa de ganhar participação no mercado europeu e nos Estados Unidos, tanto nas linhas de smartphones de ponta quanto nos de entrada de linha.
A fabricante não alterou, no entanto, a expectativa de embarques de smartphones para o último trimestre, cuja previsão está entre 12 milhões e 13 milhões, um pouco abaixo dos 13,2 milhões registrados no terceiro trimestre. A preocupação dos analistas é que os lançamentos de ponta da Apple e da Samsung, iPhone 4S e Galaxy S II, respectivamente, afetaram diretamente o desempenho da empresa taiwanesa.