As tendências de negócios para 2023 têm como base a mudança de comportamento dos consumidores que aconteceu nos últimos anos. Impulsionados pelo desenvolvimento da tecnologia e pela pandemia, as transações são cada vez mais digitais e permeadas pela inovação. Nesse cenário, os consumidores, nunca tão protagonistas de suas atividades, prezam por eficiência, transparência, rapidez e benefícios.
Dos bancos 100% digitais à telemedicina, o consumo está cada vez mais virtual, exigindo plataformas mais avançadas e seguras em todos os setores. Uma pesquisa da Febraban revelou que, entre as entidades financeiras entrevistadas, 87% afirmam que a alta expectativa dos clientes em relação aos canais digitais e sua usabilidade impulsionaram a digitalização dos bancos.
O mercado de Banking as a Service (BaaS) faturou em 2020 mais de US$ 2,5 bilhões, e a expectativa é que na próxima década alcance nada menos do que US$ 12,2 bilhões, crescendo a uma taxa média de 15,7% ao ano até lá, segundo pesquisa da Future Market Insights.
A chegada das fintechs e as novas regulamentações do Banco Central foram responsáveis pela criação de soluções digitais mais modernas, práticas, otimizadas e menos burocráticas para pessoas e empresas. Relacionando isso ao novo comportamento dos clientes bancários e aos negócios que podem ser criados a partir dessas necessidades, a comodidade, a praticidade e a segurança devem ser o carro-chefe do ano que vem.
O Brasil lidera a indústria de fintechs na América Latina, com características econômicas, sociais e culturais que fortalecem o desenvolvimento de novas empresas e atraem também players já consolidados globalmente. Apesar do cenário macroeconômico incerto esperado para 2023, espera-se que esse mercado continue com ritmo de crescimento acelerado, principalmente no segmento de crédito – hoje essas fintechs já representam cerca de 20% do total do ecossistema.
Esse contexto garante a popularização da economia cashless, uma realidade global, que se fortalece a cada dia no Brasil. Ainda que o número de pessoas desbancarizadas no país seja alto — 34 milhões continuam sem acesso a bancos, o que equivale a 10% dos brasileiros, segundo dados apresentados no Valor Investe — o volume de dinheiro impresso segue em queda.
Essa tendência mundial tem movimentado ainda empresas e governos para criação de suas próprias moedas digitas. Por aqui, o Real Digital está em vias de lançamento e vai substituir as cédulas impressas — com o mesmo valor e funcionalidades — para aqueles que querem migrar do mundo financeiro físico para o online. A data prevista para início da circulação é 2024.
As facilidades trazidas para o dia a dia e a alta a adesão das pessoas vêm ao encontro de outra tendência para 2023: o protagonismo do consumidor. Cada vez mais consciente de compras e serviços adquiridos, a população mundial preza sempre mais pela jornada e não apenas pelo produto em si. A experiência do cliente passa por toda a jornada de compra e, atualmente, é fundamental para a escolha de uma marca.
O fato é que quem não investir em tecnologia e foco no cliente vai ficar para trás. Por outro lado, as empresas que souberem aproveitar essas tendências poderão se fortalecer, ampliar os negócios e se tornar referências no mercado.
Marilyn Hahn, cofundadora e COO do Bankly.