De acordo com um levantamento da Infosys, o mercado de tecnologias de fronteira – um grupo de tecnologias novas que tem um potencial de impacto na sociedade – deve crescer de US$ 350 bilhões a US$ 3,2 trilhões até 2025. Nos últimos anos, temos visto uma rápida transformação digital dentro e fora das empresas, mas ainda há barreiras a serem superadas para fornecer serviços com mais qualidade e eficiência, especialmente no território brasileiro.
Um recente relatório sobre tecnologia e inovação divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) explica que não existe uma definição única a respeito do que são as fronteiras tecnológicas, que podem ser compreendidas como tecnologias emergentes e em rápido desenvolvimento que aproveitam a digitalização e a conectividade para combinarem-se e multiplicar seus impactos.
As principais são machine learning, robótica, redes 5G, big data e a já reconhecida Internet das Coisas (IoT). No entanto, o diretor sênior da Infosys no Brasil, Paulo Sérgio Rodrigues, ressalta que é preciso uma análise mais aprofundada a respeito da definição.
"Não basta apenas analisar as barreiras que surgem com essas inovações. O desafio é conseguir vencer essas fronteiras para possibilitar que as tecnologias que já existem sejam utilizadas da melhor forma possível, provendo os recursos para os quais foram inicialmente criadas", analisa o diretor sênior da Infosys Brasil, Paulo Sérgio Rodrigues.
Para o executivo, as tecnologias de ponta podem trazer enormes benefícios para a sociedade e para o desenvolvimento de diversos mercados, como na agricultura, saúde, educação e energia, por exemplo. Abaixo, o diretor apresenta quais são as cinco principais barreiras impostas às tecnologias de fronteira e como vencê-las:
1. Compreensão do negócio
As empresas precisam trabalhar a mudança de mindset interno, entendendo que as inovações devem ser aplicadas para gerar valor e não apenas para redução de custos por meio da diminuição da mão de obra humana.
Isso significa que é importante fazer uma aproximação da tecnologia com o business em si, pois a aplicação destes recursos em um conceito de laboratório terão um alcance limitado.
2. Qualificação profissional
Existe um gap de profissionais preparados para trabalhar com tecnologias de fronteira, especialmente com relação à IA.
Para superar isso, é preciso ter recursos qualificados como a capacitação contínua, que permite que os profissionais sigam adquirindo conhecimento a respeito da área e em constante atualização de suas atividades. Um conceito bastante utilizado nas empresas é o de lifelong learning, ou seja, o estudo ao longo de toda a trajetória.
3. Regulação dos recursos existentes
Para que haja maior eficiência do uso das tecnologias de fronteira, é crucial a criação de normas para a regulação do assunto. Isso requer o envolvimento de órgãos públicos e privados para uma padronização das tecnologias, semelhante ao que já ocorre na Alemanha com a Academia de Ciência e Engenharia Alemã (ACATECH), criadora do conceito de Indústria 4.0, por exemplo.
4. Investimentos em recursos básicos
A adoção do 4G no Brasil, em termos de abrangência territorial, é um grande desafio a ser superado, pois tem como maior obstáculo o custo de infraestrutura.
Uma opção seria trabalhar com a instalação de redes privadas capazes de operar em regiões onde a concessão pública não alcança a um custo muito menor de instalação e operação. O investimento permitiria que, antes de expandir as instalações de 5G, fosse possível que a atual tecnologia 4G funcionasse em um território mais abrangente.
5. Atualização de estruturas
Com a chegada do 5G no Brasil, é necessário rever legislações e normativas a respeito da instalação de torres e demais infraestruturas para o fornecimento da tecnologia.
Atualmente, conforme divulgado pelo Ministério das Comunicações, apenas 12 cidades brasileiras estão aptas a receber a nova rede, seguindo as diretrizes de adequação da Lei Geral das Antenas.