Cresce presença de mulheres em TI, mas remuneração é 15,6% inferior à dos homens

1

O Observatório Softex, unidade de estudos e pesquisas da entidade, lança hoje (25), no Dia Mundial das Meninas em TICs, seu terceiro artigo da série Observando: o "W-Tech – O panorama da participação feminina no setor de TICs". Empregando dados de fontes oficiais, o levantamento traz uma análise sobre a representatividade feminina na indústria, o perfil das profissionais de TI que atuam neste setor no Brasil, as principais lacunas e tendências, além de insights para alcançar a necessária equidade de gênero.

A falta de representatividade feminina tem sido uma preocupação na Indústria de Software e Serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (ISSTIC). Embora os esforços e os investimentos em políticas de diversidade busquem incentivar o aumento dessa participação e promover a equidade de gênero no setor, os dados indicam que ainda há um longo caminho a ser percorrido nessa jornada. E não apenas no Brasil, mas em âmbito mundial. Dados de 2023 indicam que, globalmente, as mulheres ocupam apenas 26,7% dos empregos no setor de tecnologia.

Apesar de as mulheres comporem a maioria da População em Idade Ativa (PIA) no país – cerca de 51% – a indústria tecnológica ainda é predominantemente masculina, com os homens representando cerca de 75% dos profissionais.

A participação de profissionais femininas na ISSTIC cresceu de 33.196 em 2015 para 43.990 em 2021, um aumento de 32,5%, sendo que esta presença é de 25% Indústria de Software, 23% nos Serviços de TICs e 13% no setor de Telecom. No caso masculino, esse aumento foi de 31,6%.

A proporção de mulheres permaneceu estável em várias ocupações, como analistas (26%), engenheiros (12%), gerentes (32%), programadores (22%) e tecnólogos (23%). No entanto, houve uma queda na representação feminina em ocupações como diretores (de 22,0% para 15,4%), administradores (de 20,6% para 18,7%) e técnicos (de 11,3% para 6,5%). Além disso, as mulheres receberam em média 79% do salário pago aos homens.

"Com uma remuneração inferior à masculina, uma sub-representação na força de trabalho na ordem de 25% e ocupação de apenas 32,1% nos cargos gerenciais, fica evidente que este cenário requer uma aceleração significativa em direção à meta ambiciosa de atingir 50% de representação feminina até 2030. O ajuste desta disparidade está ocorrendo de maneira extremamente lenta, sugerindo que políticas, investimentos, incentivos e promoção das mulheres devem ser priorizados para agilizarmos o processo de equidade no setor de TICs", alerta Elisa Carlos, head de operações da Softex.

Cientes do impacto desse gargalo, governo, empresas e academia têm somado esforços para promover a diversidade de gênero nesse setor, oferecendo programas de capacitação, mentorias e espaços inclusivos para encorajar mais mulheres a ingressarem e se destacarem na área de tecnologia da informação. Apesar disso, em 2021 apenas 16,5% das matrículas em cursos da área eram de mulheres.

"A acelerada evolução tecnológica exige profissionais altamente qualificados, e o ensino superior e cursos de qualificação podem oferecer o conhecimento e as habilidades necessárias para aumentar a força de trabalho feminina e reduzir as disparidades salariais no setor de ISSTIC", conclui Elisa Carlos.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.