A TI nas mãos de terceiros

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Pesquisa recente da IDC aponta as principais áreas das empresas do setor de manufatura com prioridade de investimento em tecnologia da informação este ano no Brasil. São elas: vendas (para 22% dos entrevistados), produção (16%), finanças (11%) e logística (também 11%). De fato, esses são os departamentos vitais de uma organização para o seu crescimento. O primeiro, então, nem se fala. Sem vender, não se gera recurso para produzir, não se tem ativo líquido para gerir e tampouco produto para armazenar e distribuir. Por isso, a atenção a esses segmentos deve ser considerável.

Nessas áreas, a TI bem implementada pode ser um imperativo fator de diferencial competitivo e de expansão dos negócios. Pode-se essencialmente diminuir custos, melhorar a produtividade e automatizar processos. A discussão das empresas, porém, é saber se isso deve ser feito internamente ou por meio de um parceiro terceirizado, capaz de atender às demandas tecnológicas.

Antes de tudo, entretanto, faz-se necessário saber que a utilização de serviços contratados para prover tecnologia da informação exige estratégia. Somente com planejamento, dividido com o parceiro, é possível alcançar os objetivos do chamado ITO (Outsourcing de TI). E, nesse item, vários fatores estão envolvidos.

O primeiro refere-se à avaliação conjunta ? empresa e terceirizado ? do projeto de TI a ser conduzido, discutindo viabilidade, priorização e, principalmente, a adequação aos negócios da empresa. Em seguida, entra a questão da gestão do projeto, desde os recursos humanos a serem envolvidos até os outros parceiros que se integrarão no desenvolvimento da iniciativa. Também há de se avaliar os custos que serão reduzidos, os riscos da empreitada e o retorno do investimento. Por fim, de modo mais pragmático, deve-se fazer uma negociação realista do acordo de nível de serviço, os chamados SLAs (Service Level Agreements). Porém, nessas alianças, é bom lembrar, não há receita infalível, mas sim muita competência para se chegar a um bom termo para ambos os envolvidos.

Numa organização, há de tudo para ser objeto de terceirização. Gestão da segurança da informação, impressão, fábrica de software, gerenciamento de telecomunicações, gerenciamento de rede, manutenção de softwares, manutenção de hardwares, gerenciamento de aplicativos, help desk e hosting datacenter são algumas práticas passíveis de atendimento por um provedor de TI. Aliás, vale dizer, estas três últimas atividades são consideradas pelo mercado como as que mais deverão ser terceirizadas pelas empresas atualmente.

Projetos de TI desenvolvidos em atividades críticas das empresas em geral têm sido ainda implementados majoritariamente pelas próprias organizações, sem auxílio de parceiros. Dúvidas e insegurança com relação à qualidade do serviço prestado são o grande obstáculo para a terceirização. Entretanto, para aqueles provedores que se comprometem em dividir responsabilidade e tornar a iniciativa de TI a ser implementada um item fundamental para o negócio da empresa, as inquietações por parte das organizações podem deixar de ser intransponíveis.

* Martin Hackett é vice-presidente de Serviços de Infra-Estrutura e Outsourcing da Unisys Brasil

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