A recente disputa pela faixa de 2,5 GHz pode ser uma oportunidade para que o país pense em modelos capazes de atender a crescente demanda por serviços de Internet em alta velocidade. Esta é a opinião do Ministério das Comunicações, que aproveitou a abertura do evento "LTE: Tecnologia e Mercado", em Brasília, para alertar sobre a necessidade de o Brasil encarar essa nova realidade de exigência de velocidades cada vez maiores de acesso ao universo de dados disponível. "Antes, se falava em porque eu vou ter banda larga se não tenho conteúdo. Só que de dois, três anos para cá, a oferta de conteúdo aumentou de forma expressiva, especialmente de vídeo. E as velocidades médias que temos não são confortáveis para atender essa demanda de baixar determinados conteúdos", afirmou Roberto Pinto Martins, secretário de Telecomunicações do Minicom.
Para Martins, existem gargalos em todas as redes de telecomunicações do país quando o assunto é o acesso a dados mais pesados. "Houve um crescimento inesperado da demanda. Os produtores de conteúdo não combinaram, digamos assim, com os provedores", brincou o secretário. Apesar da necessidade de um planejamento mais amplo sobre os caminhos que o país pode adotar para atender essa demanda crescente, o Minicom não vê brechas para uma participação mais ativa, com a construção, por exemplo, de um grande plano para o aumento da oferta. "O problema de fazer algo assim é que a banda larga é um serviço prestado em regime privado", explica Martins.
Tecnologias
No confronto direto entre as tecnologias LTE e WiMAX pela faixa de 2,5 GHz, o Minicom opta pela neutralidade. "Nós não temos preferência. Acho que o ministério, o governo tem que garantir as ferramentas para a oferta dos serviços, no caso aqui, o espectro. O que pode ocorrer em uma determinada frequência é haver uma predominância de uma tecnologia, mas não é o governo quem decide isso", declarou o secretário.
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