Se o objetivo da Telebras para 2014 for cumprido, 35,2 milhões de domicílios brasileiros em 4.283 cidades passarão a ter conexão de internet em alta velocidade, a preços bem abaixo dos praticados atualmente. "Com incentivos fiscais, será possível atender até 40 milhões de residências", segundo Caio Bonilha Rodrigues, presidente da Telebras, que participou de painel promovido pelo Comitê de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) da Amcham-São Paulo, nesta quinta-feira, 25.
A meta é parte do esforço do governo, controlador da Telebras, de popularizar a internet de banda larga junto às populações de menor renda, previsto no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). "A Telebras é um dos veículos para que sejam aumentadas a cobertura e a velocidade da banda larga, com diminuição de preço", disse o executivo. Segundo Rodrigues, a meta preconizada no PNBL é chegar a 35 milhões de residências ao preço médio de R$ 35. "Se esse valor fosse R$ 15, subsidiado, chegaríamos a aproximadamente 40 milhões de casas com banda larga fixa."
O governo pretende fazer com que o preço médio da conexão de internet em alta velocidade, que passa pela banda larga, caia para R$ 35, sendo R$ 29 para os estados que aceitarem abrir mão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com redução tributária, o governo acredita que o preço chegue a R$ 15 mensais. As tarifas médias de banda larga estavam na faixa de R$ 58 em 2010 e R$ 96 em 2009.
Rodrigues ressalta que a atuação da Telebras se concentrará no atacado, fornecendo estrutura de banda larga para que provedores de todos os portes possam levar serviços de internet ao usuário final, desde que respeitadas as condições de comercialização a preços acessíveis. Neste ano, a empresa pretende levar sua rede de fibra ótica a 150 cidades. Essa meta será cumprida por meio da ligação de estruturas entre os pontos de presença da Telebras nas cidades e os provedores contratantes. "Alguns provedores que nos contrataram levam seus equipamentos até nosso ponto de presença para atender duas ou três cidades. Dessa maneira, creio que conseguiremos cumprir a meta", comenta.
A ampliação das redes de banda larga já começou em municípios como Fortaleza, Rio de Janeiro e outros em Goiás. No Rio de Janeiro, a estrutura de banda larga através de fibras óticas deverá estar pronta até a Copa. "A ideia é dar capacidade de banda larga para todas as operadoras, em igualdade de condições, principalmente as de 3G e 4G, que são as grandes consumidoras", ressaltou Rodrigues.
O executivo entende que o PNBL trará mais competitividade ao setor de telefonia ao permitir a entrada de pequenos e médios provedores no mercado. Embora a carência de banda larga seja mais sentida no Norte do país, há bolsões de exclusão também na região Sudeste, a mais desenvolvida. "Existem cidades no interior de São Paulo onde não há competitividade nenhuma em telefonia, pois só contam com um provedor. O consumidor precisa ter mais opções, tanto de qualidade como de preço", disse Rodrigues, instituindo um movimento que trará mais oportunidades para as empresas de pequeno e médio portes.
Para desenvolver a atividade entre esses provedores, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) disponibilizou um estudo onde mapeou 147 cidades no Brasil que poderiam ser atendidas por pequenos e médios provedores de internet. "A Telebras ainda está fazendo o planejamento de como chegar a essas localidades", segundo Rodrigues.
- PNBL