O Pix se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, por sua praticidade, instantaneidade e segurança. Mas além de substituir o DOC como principal forma de transferência de dinheiro entre pessoas físicas, ele tem ganhado cada vez mais espaço nos hábitos de consumo dos brasileiros, tornando-se essencial para o comércio na relação com seus clientes.
Segundo levantamento do Itaú Unibanco, o uso do Pix em compras de bens ou serviços – transações de PF para PJ – cresceu 125% nos primeiros 8 meses de 2023 (na comparação com o mesmo período de 2022); o segmento no qual a modalidade mais é utilizada é o de mercados, com 17% do total das transações realizadas.
"O Pix vem ocupando um espaço importante na forma como o brasileiro transaciona, e nas relações de consumo, de compra de bens e serviços, tem um papel complementar aos cartões de crédito e débito. Os dados mostram esse comportamento, e corroboram a relevância que esta forma de pagamento tem alcançado na vida das pessoas", afirma Mario Miguel, diretor de Pagamentos do Itaú Unibanco.
O segmento de alimentação, que corresponde às compras em mercados, lidera com folga entre os que mais recebem pagamentos com Pix, com 17% do total das transações realizadas no período. Outros destaques são telefonia e lojas (4% cada), combustíveis, materiais de construção e farmácias (2% cada). "Uma tendência que identificamos no estudo é a do pagamento de contas do dia a dia com o Pix. Dois segmentos desse setor estão entre os que mais cresceram de um ano para o outro – tratamento de água (pagamentos de conta das concessionárias), com alta de 449%, e telefonia, com alta 220%", afirma Mario.
Idade, gênero e mais
Considerando o recorte por gênero, os homens gastam mais compras com Pix do que as mulheres – eles são responsáveis por 66% do faturamento total. No número de transações, a divisão é mais equilibrada, com 56% das compras com Pix feitas por homens, e 44%, por mulheres. Com isso, o ticket médio masculino é maior – e R$ 389, contra R$ 254 do feminino.
Olhando para as gerações, o consumo com o Pix é um reflexo da realidade populacional brasileira, e mostra como ela vem se alterando. A geração Y – nascidos entre 1981 e 1996 – é a que mais o utiliza nas compras, com 52% das transações. Ela é seguida pela geração X (nascidos entre 1965 e 1980), com 26%, geração Z (nascidos entre 1997 e 2010), com 17%, e babyboomers (nascidos entre 1946 e 1964), com 6%. Os mais velhos, entretanto, ainda têm um ticket médio bem maior, de R$ 733 – quase seis vezes maior que o da geração Z, que é de R$ 125. A geração X gasta, em média R$ 463, e a Y, R$ 272.
Já quando o filtro é o estado civil, os solteiros são os que mais compram com o Pix, representando 65% das transações, enquanto os casados têm 27%. Considerando o valor gasto com a modalidade, os casados têm mais representatividade, com 41% (e 50% dos solteiros). Isso se reflete em um ticket médio maior de quem é casado (R$ 497 contra R$ 256 dos solteiros).
Que horas eles compram?
As compras com Pix estão bem distribuídas entre os dias da semana, com as sextas-feiras ligeiramente na frente, com 16% das transações, e o domingo por último, com 10%. Entretanto, o valor gasto está concentrado nos dias úteis – as segundas lideram, com 19% do valor transacionado, enquanto o domingo tem apenas 4%. Mas o público parece estar cada vez mais utilizando o Pix aos domingos – é o dia em que transações e valor gasto mais cresceu em 2023 – 154% e 90%, respectivamente – acima da média total e dos demais dias.
Já considerando o horário, 40% das compras com Pix estão concentradas no período da tarde (entre 12h e 18h). A parte de noite (entre 18he 0h) tem 30% das transações, seguida da manhã (6h – 12h) com 26% e madrugada (0h-6h) com 5%. As manhãs têm o ticket médio maior, de R$ 390, enquanto na madrugada ele é de R$ 73.
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