A Embratel teve um prejuízo líquido de R$ 324,2 milhões no terceiro trimestre. A razão para o mau resultado foi o impacto negativo de R$ 515 milhões relativos a dívidas tributárias com Estados.
A operadora, conforme comunicado na semana passada em fato relevante, assinou o convênio 72/06 do Confaz para acertar o pagamento dessa dívida com descontos.
A receita líquida da Embratel no trimestre foi de R$ 2,06 bilhões, valor 10,2% maior quando comparado com o mesmo período de 2005. No ano, a empresa acumula receita líquida de R$ 6,14 bilhões.
O Ebitda da companhia foi negativo em R$ 39,6 milhões, em razão dos pagamentos e provisões das citadas dívidas tributárias. Desconsiderando esse impacto com ICMS, o Ebitda teria sido de R$ 475 milhões. No terceiro trimestre de 2005 o Ebitda fora de R$ 470,8 milhões.
Longa distância
O serviço de longa distância continua sendo a principal fonte de receita da Embratel, mas sua participação tem caído gradativamente. Ele representava 63,5% da receita total um ano atrás. Nesse trimestre, respondeu por 56,8% do faturamento.
O tráfego com chamadas de longa distância nacional cresceu 14,8% na comparação anual, passando de 3,14 bilhões de minutos para 3,6 bilhões. Entretanto, a receita permaneceu estagnada: era R$ 1,0449 bilhão no terceiro trimestre de 2005 e foi de R$ 1,0453 bilhão entre julho e setembro deste ano.
No segmento de longa distância internacional, o tráfego aumentou 4,4% na comparação anual, subindo de 492 milhões de minutos para 513 milhões. No mesmo período a receita caiu 13,2%, baixando de R$ 144,6 milhões para R$ 125,5 milhões. Entretanto, na comparação com o segundo trimestre houve uma melhora de 7,5% na receita.
Dados e voz local
A receita com comunicação de dados foi de R$ 570,9 milhões entre julho e setembro, mantendo-se estável em relação ao segundo trimestre. Na comparação anual houve um aumento de 27,9%, em razão da consolidação da Primesys, de serviços de internet e de acesso para as operadoras celulares.
Ao final de setembro a Embratel tinha 2,11 milhões de linhas equivalentes de 64 kbps provendo serviços para o mercado corporativo, uma quantidade 60,4% superior ao que havia 12 meses antes.
Somente no terceiro trimestre houve uma adição de 143 mil linhas equivalentes de 64 kbps.
O segmento de telefonia local continua crescendo e já representa mais de 10% da receita total da Embratel. No terceiro trimestre, o faturamento com esse serviço cresceu 47% em comparação com o mesmo período do ano passado, alcançando R$ 242,7 milhões.
Em relação ao segundo trimestre, houve crescimento de 8%. No ano, a Embratel acumula uma receita de R$ 673,9 milhões com telefonia local ? 39,8% a mais que no mesmo período de 2005. O bom resultado se deve ao aumento no número de usuários residenciais e corporativos, assim como à elevação do consumo por parte dos clientes. O Net Fone Via Embratel encerrou o trimestre com 115 mil assinantes.
Investimento e dívida
Entre janeiro e setembro, os investimentos da Embratel somaram R$ 1,057 bilhão. Só no terceiro trimestre foram investidos R$ 447,2 milhões. Nesses nove primeiros meses do ano, 36,6% dos investimentos, ou R$ 386,7 milhões, foram destinados a acesso, infra-estrutura e serviços locais.
O segmento de serviços de dados e internet, por sua vez, recebeu investimentos de R$ 276,8 milhões no período. A Star One foi o terceiro principal destino de recursos, tendo recebido R$ 167,7 milhões.
Ao fim de setembro a dívida bruta da Embratel era de R$ 2,287 bilhões, valor 17% maior que o R$ 1,956 bilhão registrado ao fim de junho passado. Desse total, 68,4% é de longo prazo e 31,6%, de curto prazo (vencimento em até um ano).
Da dívida de longo prazo, 18% está hedgeado. Na dívida de curto prazo, 78,3% está hedgeado. A Embratel tinha R$ 686 milhões em caixa no dia 30 de setembro. Sua dívida líquida naquela data era, portanto, de R$ 1,6 bilhão.