Nos últimos dois anos, a Portobello, uma das maiores empresas de revestimentos do Brasil, vem passando por uma transformação digital significativa, com um plano robusto que busca modernizar não apenas sua infraestrutura, mas também a forma como opera e entrega valor para o mercado.
Daniel Mathias, Head of Digital Transformation Office and Corporate IT, explica que "nos últimos dois anos, conseguimos avançar bastante na transformação digital ao implementamos uma filosofia de trabalho ágil, com produtos e serviços diferenciados, tanto para arquitetos quanto para o cliente final. Essa foi a primeira grande percepção: a tecnologia está inserida nos negócios e hoje todo negócio é, em certa medida, digital", destacou Daniel.
Com a visão de incluir a digitalização em todas as áreas do grupo Portobello, foi criado um plano estratégico dividido em dois eixos principais: o "Go Digital", focado em iniciativas de valor, e o "Be Digital", que trata da operação adaptativa da empresa. Daniel explica que o eixo Go Digital está ligado em que a empresa entrega em termos de valor para seus clientes. Isso inclui a migração para uma arquitetura mais cloud, a implementação de microserviços e o desenvolvimento de novas soluções, como o aplicativo Mais Arquitetura, voltado para designers e arquitetos.
O segundo eixo, Be Digital, foca na operação da empresa como um todo. Segundo Daniel, esse vetor é sobre como a Portobello se adaptará rapidamente às mudanças de mercado. "Criamos um funil de iniciativas estratégicas que nos permite ter um planejamento mais dinâmico e adaptativo. Isso inclui a adoção de metodologias como OKRs, baseadas nas práticas do Google, para monitorar nossas entregas com as metas de negócios".
Esse eixo está sendo implementado para que a empresa não apenas reaja às mudanças de mercado, mas também se antecipe e se ajuste rapidamente, sem comprometer o planejamento estratégico de longo prazo.
Desafios
Um dos maiores desafios da transformação digital na Portobello, segundo Daniel, é equilibrar as diferentes necessidades de suas cinco unidades de negócio, que incluem a indústria de porcelanato no Brasil, o varejo e a recém-lançada Portobello America, nos Estados Unidos. "Cada tem suas particularidades. No varejo, por exemplo, nosso foco é a centralidade no cliente, enquanto nas indústrias, trabalhamos para melhorar a eficiência da unidade, oferecendo um serviço diferenciado para o mercado B2B", explicou.
Na Portobello America, a transformação digital está sendo moldada especificamente para o mercado norte-americano, com foco especialmente nesse ambiente. "O mercado americano tem demandas diferentes do brasileiro, e estamos adaptando nossos processos digitais para atender essas necessidades específicas".
Futuro Digital da Portobello
O plano de transformação digital da Portobello está apenas no começo, mas Daniel já enxerga grandes avanços. "Unificamos a gestão de todas as nossas lojas próprias dentro do ERP, e agora estamos migrando esse sistema para a nuvem, com previsão de conclusão no início do ano que vem".
Um dos pilares da transformação é voltar a Portobello cada vez mais orientado por dados. "Queremos empoderar a ponta, utilizando dados de forma consistente e segura. Nossa visão é criar uma cultura de dados forte, com um data lake performático que nos permita tomar decisões baseadas em informações precisas".
A arquitetura de sistemas da empresa também está evoluindo. A Portobello está migrando seus sistemas para a nuvem adotando uma infraestrutura baseada em microserviços e APIs reutilizáveis, o que permitirá maior flexibilidade e eficiência no desenvolvimento de novos produtos e serviços
Quando questionado sobre o impacto da transformação digital para o consumidor final, Daniel foi claro ao afirmar que a digitalização já está trazendo melhorias. "Estamos investindo em ferramentas digitais que vão desde a impressão em alta definição até a visualização de texturas, o que elevam a experiência do cliente. Além disso, nossa marca sempre foi associada à inovação e design, e queremos continuar encantando nossos clientes com essas qualidades", afirmou.
Próximos Passos
Daniel explicou que a transformação digital da Portobello não tem um prazo fixo, mas sim um horizonte estratégico. "Enxergamos essa primeira onda da transformação até o começo de 2026. O objetivo é alinhar todas as nossas unidades em um movimento coerente e integral, criando um ambiente onde todas as áreas operem de forma digital e integrada", destacou.
Um dos grandes diferenciais da Portobello, segundo Daniel, é a capacidade de adaptação às demandas específicas de cada unidade de negócio, mantendo uma visão global de transformação. "Essa é a beleza do nosso projeto: conseguir focar nas necessidades de cada unidade, mas sempre com um movimento unificado em mente", concluiu.