O tema prontuário eletrônico do paciente é para os hospitais algo semelhante ao o que a internet em banda larga representa aos usuários – a maioria tem e aqueles que não possuem estão em busca de uma solução. O Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, no interior de Santa Catarina, deu o primeiro passo nessa jornada em junho, ao instalar o Sistema de Apoio Clínico na sua ala de UTI. O prontuário eletrônico do paciente (PEP) reúne o histórico de saúde do paciente, o número de vezes em que visitou a instituição, as razões que o levou até lá, o tratamento realizado e o nome do médico que o atendeu, entre outras informações.
O Hospital Marieta Konder Bornhausen instalou o sistema não para seguir um modismo ou tendência de mercado, obviamente, mas para melhorar seu desempenho. A instituição conta hoje com cerca de 350 leitos distribuídos em 16 unidades de internação para atender a população de Itajaí e região. Um corpo de aproximadamente 170 médicos atua em 35 especialidades, registrando mensalmente cerca de 1,5 mil internações.
Somente no pronto-socorro são realizados cerca de 6,5 mil atendimentos de emergência por mês e o número de pacientes cadastrados chega a 250 mil. No Instituto do Coração (Incor), localizado junto ao hospital, são realizadas mensalmente cem cirurgias cardíacas, aproximadamente.
A instalação do PEP fez com todos os departamentos do hospital passassem a operar com total segurança, com todos os dados preservados e disponíveis, visando oferecer um melhor nível de serviço aos pacientes. Para colocar o sistema em operação, o hospital contratou os serviços da Quick Soft que implantou uma solução de hardware IBM, composta por um chassi Blade, de quatro lâminas, um subsistema de armazenamento (storage) e uma biblioteca de backup em fitas.
Saulo Lombardi, gerente de TI do hospital, informa e os novos equipamentos proporcionaram significativa melhoria de desempenho, disponibilidade e escalabilidade ao ambiente de TI. A tecnologia blade reúne um chassi que possibilita a utilização de servidores em formato de lâminas, resultando em consideráveis ganhos de espaço, energia e conectividade. Cada lâmina no blade corresponde a um servidor. Já o storage é um dispositivo de armazenamento de dados independente, onde estão concentradas todas as informações históricas do hospital. Oferece rápida velocidade de acesso e controladoras redundantes, recurso que, segundo Lombardi, garante alta disponibilidade no acesso aos dados. Além disso, o gestor informa que a consolidação do armazenamento simplificou as atividades de backup. Além dessa solução de hardware, foi adotada também a tecnologia de virtualização de servidores, utilizando tecnologia da VMware.
Com a renovação do parque, o hospital dobrou a capacidade de conexão e processamento da demanda de cem estações aos servidores. “A virtualização nos trouxe maior desempenho e segurança, e isso nos permitiu distribuir melhor os recursos disponíveis”, comemora Lombardi. As inovações garantiram ao hospital total independência e redundância nas suas operações. O IBM BladeCenter mantêm o sistema funcionando 24 horas, nos sete dias da semana. “Caso um equipamento venha a falhar, os processos são restabelecidos automaticamente em outro ambiente de trabalho, o que gera um alto índice de disponibilidade” diz Lombardi.
No storage foram concentrados o banco de dados, máquinas virtuais e os arquivos e perfis de usuários, permitindo expansão online da capacidade de armazenamento. “Procurávamos uma proposta de solução que nos desse condições de crescer rapidamente, para que conseguíssemos implantar nosso sistema de apoio clínico em uma estrutura tolerante a falhas”, afirma o gerente.
O hospital não informa os investimentos para realizar as reformas, mas afirma que o custo-benefício foi alto levando em consideração o aumento de 100% da capacidade dos servidores da instituição. Os bons resultados colocaram o PED no planejamento futuro do hospital. Desta vez para os demais setores do hospital.