Justiça Europeia diz que filtros P2P ferem liberdade de expressão

0

A Corte de Justiça da União Europeia (CJEU, na sigla em inglês) determinou que a instalação de filtros de conteúdos provenientes de usuários por provedores de internet são ilegais por representarem um cerceamento a liberdade de expressão. A decisão refere-se a uma ação aberta em 2004 pela representante belga de artistas Sabam contra o provedor de internet Scarlet Extended.

A Sabam solicitou ao provedor a instalação de um filtro em suas conexões de internet, alegando que esta era a única maneira de evitar que o conteúdo sob copyright fosse baixado por sistemas peer-to-peer (P2P, ou ponto a ponto). A organização de artistas havia vencido o processo em primeira instância, mas a Scarlet se recusou a instalar a proteção. Com isso, o caso foi levado a CJEU, em janeiro do ano passado, pela Corte de Apelação de Bruxelas, e o provedor de serviços obteve vitória.

O tribunal alegou que as leis da União Europeia não permitiam a seus estados-membros requererem a instalação de filtros para prevenir o download ilegal de arquivos. A Justiça considerou que, com esse mecanismo, os provedores de internet iriam efetivamente monitorar todas as informações de cada usuário, o que é proibido segundo as leis do continente. Em nota, a Sabam disse estar "preocupada" com a decisão, tendo em vista a defesa dos direitos intelectuais de artistas, músicos e compositores. A associação irá propor medidas alteranativas para "proteger o trabalho dos autores na internet".

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.