O agronegócio, responsável por sustentar economias e populações ao redor do mundo, vive uma transformação digital sem precedentes. Tecnologias como sistemas de gestão agrícola baseados em nuvem, drones e sensores inteligentes têm revolucionado o setor, promovendo maior eficiência e produtividade. Contudo, essa modernização também expõe o agronegócio a riscos cibernéticos que podem impactar negativamente tanto as operações das empresas quanto a própria economia do país, lembrando que o agronegócio representa substancial parcela do PIB. Nesse contexto, a cibersegurança surge como um pilar fundamental para proteger os dados e sistemas que sustentam essa cadeia produtiva essencial.
A digitalização do agronegócio traz consigo vulnerabilidades significativas. Ataques de ransomware, por exemplo, podem ocorrer durante períodos críticos como plantio e colheita, paralisando operações e comprometendo não apenas a produtividade, mas também a segurança alimentar em escala global. Sistemas automatizados e dados estratégicos tornam-se alvos atraentes para criminosos, que podem manipular informações sensíveis, como previsões de safra e decisões logísticas. Essas ações comprometem a capacidade de planejamento das empresas e afetam diretamente a competitividade do setor e porque não dizer a do Brasil e a economia global.
Além dos impactos econômicos, a cibersegurança no agronegócio possui implicações sociais e ambientais. A sabotagem de tecnologias agrícolas pode desestabilizar iniciativas de sustentabilidade, como a agricultura de precisão, que otimiza o uso de recursos naturais. Ataques cibernéticos direcionados podem interromper cadeias de abastecimento alimentar, colocando em risco a segurança alimentar de milhões de pessoas. Esses problemas ressaltam que a questão da cibersegurança não é apenas técnica, mas também estratégica, demandando esforços conjuntos entre empresas, governos e especialistas.
Para enfrentar essas ameaças, o agronegócio deve adotar uma abordagem proativa e abrangente. Investimentos em soluções tecnológicas avançadas, como sistemas de detecção de intrusões baseados em inteligência artificial, são fundamentais. Além disso, é essencial promover a educação contínua das equipes para identificar e mitigar riscos. Políticas públicas que incentivem a segurança cibernética no setor podem criar um ambiente mais resiliente, aumentando a capacidade do agronegócio de proteger seus ativos críticos.
Com uma estratégia robusta de cibersegurança, o agronegócio pode não apenas mitigar os riscos de ataques cibernéticos, mas também fortalecer sua posição como um setor essencial para o futuro da humanidade. A combinação de tecnologia avançada, capacitação humana e regulamentação adequada pode assegurar a sustentabilidade e a resiliência do setor, garantindo sua contribuição para a segurança alimentar global e para o desenvolvimento econômico sustentável.
Enio Klein, engenheiro de sistemas, influenciador e apoia empresas a desenvolverem modelos de negócios digitais, colaborativos e sustentáveis. Foco em privacidade, proteção e governança de dados. Sócio da Doxa Advisers e Professor de Pós-Graduação.