Apesar da crise, gigantes de TI se mantêm fortemente capitalizadas

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Mesmo com o agravamento da crise financeira mundial, a grandes empresas de TI dos Estados Unidos estão com dinheiro sobrando em caixa. Mas a maioria dos altos executivos dessas companhias dificilmente poderão contar com essa sobra para remunerar os acionistas ou acelerar os planos de aquisição, tidos como pontos prioritários para eles.
A postura dessas empresas, ao contrário de muitas companhias de outras indústrias que dependem cada vez mais do escasso mercado de crédito para fazer caixa, tem sido extremamente conservadora. Levantamento feito pelo Financial Times lista entre essas empresas, o Google, que conta com um caixa de US$ 16 bilhões, e a Microsoft, que mantém quase US$ 21 bilhões em recursos. "Você continuará a nos ver com muito dinheiro" disse Steve Ballmer, CEO da Microsoft, ao jornal britânico. Segundo o executivo, nesse ambiente de crise, a maioria das pessoas diria que o dinheiro é rei. "A maioria das pessoas tendem a guardar dinheiro muito bem, porque você nunca sabe quando pode precisar dele", frisou.
A forte posição de caixa das empresas de tecnologia deixou as companhias com grande flexibilidade financeira. Embora algumas empresas, como a Microsoft e Cisco Systems, tenham grandes quantias de dinheiro desde antes do início desta década, outras, como a Apple e o Google, têm utilizado o sucesso dos últimos anos para integrar a nova elite super-rica da indústria de tecnologia.
As experiências anteriores de desaceleração econômica, como da bolha da internet em 2001, e o medo de que pudessem ter de recorrer às suas reservas, tornaram essas empresas mais cautelosas com os gastos. Muitas companhias do Vale do Silício quase sucumbiram, como a Intel, que foi forçada a tomar um investimento da IBM no início de 1980, e a Apple, que aceitou um aporte de US$ 150 milhões oferecido pela Microsoft, logo após o regresso de Steve Jobs ao comando da companhia, em 1997.
Atualmente, a Intel tem como regra manter em caixa dinheiro suficiente para financiar um ano de pesquisa e desenvolvimento, bem como o capital necessário para desenvolver a próxima geração de seus chips, segundo informou Robert Burgelman, professor da Stanford Business School, ao Financial Times.
Apesar de gastar cerca de US$ 2 bilhões por ano com pesquisa e desenvolvimento e com capital e investimentos, o caixa de US$ 26 bilhões da Apple a deixou como a empresa mais capitalizada do mundo da tecnologia – um grande contraste com a última recessão, quando começou com menos de US$ 4 bilhões em caixa. O dinheiro já é responsável por cerca de um terço do seu valor de mercado.
Desde a última crise no mercado de tecnologia, muitas outras empresas do setor têm respondido à pressão dos acionistas para reduzir parcialmente o caixa, comprando ações e fazendo pequenas aquisições. "Mas a manutenção de uma grande quantia em caixa deixa a empresa com um leque de opções para o futuro, tais como fazer aquisições e investir no seu negócio. Além disso, também envia uma forte mensagem para os seus clientes, mostrando o poder da empresa", disse Frank Calderoni, diretor financeiro da Cisco, que tem caixa líquido de US$ 20 bilhões.

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