Como são as fraudes no Pix e o que os bancos precisam assegurar

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Neste primeiro artigo vamos falar sobre alguns mitos em torno da fraude bancária e como o sistema de pagamentos instantâneos Pix revolucionou a forma como realizamos transações financeiras no Brasil. Contudo, a praticidade e agilidade oferecidas por essa modalidade também abriram espaço para fraudes, sendo a maioria delas relacionada a aspectos comportamentais dos usuários.

O Banco Central (BC) registrou 1,7 milhão de fraudes envolvendo o Pix em 2022, um aumento de 180% em relação ao ano anterior. Estima-se que o prejuízo total tenha sido de R? 1,7 bilhão. Esse valor representa mais de 1,5% do volume total, ou seja, uma parcela significativa do volume total de transações realizadas via Pix no mesmo ano, que foi de R? 10,4 trilhões.

Ao contrário do que muitos acreditam, as fraudes no Pix não decorrem de falhas no sistema em si ou de ataques cibernéticos, mas sim de coação ou engenharia social que induz a vítima a práticas autolesivas.

Um dos métodos comuns envolve a criação de perfis falsos em aplicativos de mensagens ou redes sociais, fingindo ser uma pessoa próxima. Em seguida, pedem que a vítima faça um pagamento pelo Pix falsamente motivado por uma emergência ou um negócio vantajoso.

Outro golpe frequente envolve o envio de QR codes falsos ou adulterados. As vítimas, ao escanearem esses códigos, transferem dinheiro para contas fraudulentas. Além disso, há casos de pessoas que têm seus dispositivos infectados por malware que interceptam suas transações Pix e desviam os fundos.

É importante entendermos que o Pix é, sim, uma operação altamente confiável, mas frequentemente nossas práticas comportamentais geram os problemas. Para evitar as fraudes é essencial que os usuários estejam atentos e adotem um comportamento sempre seguro, como a simples conferência de informações de contato e a validação dos QR codes antes de efetuar uma transação.

E na outra ponta as instituições financeiras precisam aprimorar cada vez mais os protocolos de segurança e investir em tecnologias que detectem e previnam esse tipo de fraude.

Um dos pontos importantes é a necessidade de verificar a regularidade de hábitos do cliente. Por exemplo, se alguém efetua rotineiramente as operações de Pix em sua casa ou no trabalho, a geolocalização da transação deve condizer com esses locais. Caso contrário, deve indicar uma possível fraude e demandar verificação. Várias transações em um pequeno intervalo de tempo também podem ser um indício importante, especialmente se partirem de uma conta habitualmente pouco movimentada.

É muito importante que a população entenda que a instituição bancária tem a responsabilidade de garantir a segurança das transações. Isso se torna especialmente relevante quando questões elementares, como a localização do usuário, o horário da transação, intervalos e outros padrões comportamentais básicos se desviam significativamente do habitual.

O Banco Central do Brasil tem feito exigências cada vez mais relevantes para que as instituições adotem processos e sistemas antifraude eficientes. E a boa notícia é que soluções de classe global com reconhecida liderança de mercado já são acessíveis não apenas a grandes instituições, mas também a startups, fintechs e infratechs, que podem integrar suas plataformas e evitar inúmeros problemas com graves consequências ao seu caixa e à sua reputação.

Em suma, as pessoas sempre precisam ter cautela nas suas ações para não cair em ações fraudulentas e as instituições financeiras podem e devem usar recursos tecnológicos altamente eficientes e acessíveis disponíveis no mercado para mitigar essas fraudes.

Denis Furtado, Head de Negócios da BSafe.

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