A Brasil Telecom (BrT) deve começar a testar equipamentos de 3G na faixa de 1,8 GHz no final de abril. O diretor de tecnologia e planejamento técnico da operadora, Dante Nardelli, admite que os equipamentos nesta faixa de freqüência não têm escala quando comparados aos das faixas de 1,9 GHz e de 2,1 GHz, padrão da 3G na Europa.
?É economicamente inviável por causa do custo do terminal, mas é onde tenho espectro disponível para fazer testes e avaliar a tecnologia?, explica Nardelli.
?Até porque este mercado é muito dinâmico: organismos reguladores na Europa já estudam destinar também a faixa de 1,8 GHz para 3G e se isso acontecer, a escala pode deixar de ser um problema daqui a um ano?, pondera.
A BrT lançou uma resquest for information (RFI) no final de dezembro do ano passado e no momento, após a primeira fase de avaliações técnicas, três empresas foram cotadas para iniciar os testes. ?Será um teste pequeno. Colocaremos o equipamento em uma ERB e distribuiremos cerca de 50 terminais para alguns clientes testarem?, revela.
Nardelli enfatiza que como o ?espectro é finito, limitado e um ativo importante, se a Anatel lançar no final do ano, como prometido, a licitação das faixas de 3G em 1,9 GHz, vamos participar, mas queremos estar preparados?.
WiMAX
Após interromper ainda no início do ano passado uma request for proposal (RFP) para a compra de equipamentos WiMAX da versão fixa (802.11d) por serem incompatíveis com a versão móvel da tecnologia (802.11e) que começaria a ser homologada em 2007, a BrT reavaliou sua estratégia para as licenças de 3,5 GHz adquiridas em 2003.
A tele relançou a RFP no final do ano passado, mas dessa vez para a compra de equipamentos da versão móvel para as cidades de Curitiba/PR e Porto Alegre/RS e os testes de campo devem ter início em maio. ?Estávamos esperando ter condições de usar o padrão móvel, já que todos os estudos de analistas apontavam para essa versão como a melhor opção. Não valia a pena investir em uma tecnologia para em seguida ter de investir tudo de novo em uma outra que suporte a mobilidade?, conta o executivo da BrT.
Nardelli afirma que operadora recebeu propostas comerciais de um número entre 15 e 17 fornecedores e que, após as avaliações técnicas, chegaram a uma short list de quatro empresas que proverão os equipamentos para o piloto.
Entre as exigências feitas pela tele destacam-se que os equipamentos deveriam ser da versão móvel do WiMAX para a freqüência de 3,5 GHz, ter uma arquitetura aberta e ainda permitir restrição da mobilidade, podendo ser adaptados de acordo com as possíveis futuras exigências da Anatel. ?Estamos começando a fase de negociação comercial com esses quatro fornecedores e após o piloto de campo, esperamos que o serviço seja lançado até julho?.
O WiMAX móvel entrará como complemento da rede fixa da BrT para acesso banda larga. ?Existem regiões nobres que não atendemos por conta de restrições do ADSL, como áreas muito abrangentes ou longe das centrais telefônicas, ou ainda para áreas em que a nossa rede ADSL está no limite de ocupação?, diz Nardelli.
Outra aplicação que também será explorada pela Brasil Telecom será a mobilidade em si, para clientes corporativos específicos.