O Boston Consulting Group (BCG) acaba de divulgar o estudo anual TMT Value Creators Report, no qual analisou, de 2019 a 2023, os desafios e oportunidades de 59 empresas do setor global de telecomunicações, divididas em quatro categorias: globais, nacionais, pequenas e empresas de infraestrutura. Segundo o levantamento, as organizações registraram um retorno médio de 6% para os acionistas – sendo 10% para empresas de infraestrutura, 7% para globais, 6% para nacionais, e 3% para pequenas.
"As companhias mais bem-sucedidas nos últimos anos foram aquelas que defenderam seus negócios principais, investiram em atualizações de rede, controlaram custos e começaram a explorar novas tecnologias. Inclusive, a inovação tem sido fundamental, com o uso da inteligência artificial generativa para automação, hiperpersonalização de serviços e transformação de processos", afirma Alexandre Montoro, diretor executivo e sócio do BCG.
A pesquisa também revelou que os últimos cinco anos foram difíceis para o setor. Dentre os 33 segmentos analisados, telecomunicação ficou na 31ª colocação no ranking para os acionistas (cinco posições abaixo do ano anterior, quando alcançou o 26º lugar), principalmente por conta das dificuldades com as receitas estagnadas e os retornos do investimento em 5G, que resultaram no encerramento do período com uma capitalização de mercado menor do que a inicial para 40% dos negócios.
Mesmo assim, 41 empresas totalizaram US$ 719 bilhões. As 18 empresas restantes perderam coletivamente US$ 147 bilhões em montante, fazendo com que o aumento líquido fosse de US$ 572 bilhões.
"Esses dados demonstram a importância da gestão financeira e revelam a necessidade de estratégias mais assertivas para impulsionar o crescimento e a competitividade do segmento. Além disso, para ampliarem sua expertise nos próximos cinco anos, as empresas de telecomunicações deverão adotar novas tecnologias e fornecer produtos aderentes com as inovações do mercado, maximizar a alavancagem de ativos, otimizar os custos, realizar a transformação digital, aprimorar a experiência do cliente e automatizar os processos", comenta Montoro.
Utilização da inteligência artificial generativa
De acordo com o material, uma das ferramentas que poderá ajudar ainda mais as empresas de telecomunicação nesse processo é a inteligência artificial generativa (GenIA). Por meio dela, é possível potencializar a eficiência operacional e antecipar as necessidades dos clientes, por exemplo, para fornecer produtos e serviços personalizados.
Contudo, é importante que, à medida que a indústria explore as oportunidades de agregar relevância aos negócios por meio da GenAI, elas estejam atentas aos riscos associados com à tecnologia, como privacidade e segurança de dados. Por isso, o BCG recomenda que adotem uma abordagem equilibrada, priorizando a transparência, a responsabilidade e a ética em todos os aspectos do desenvolvimento e implementação de soluções. Isso também inclui a construção de uma equipe qualificada por meio de recrutamento, treinamento e desenvolvimento que contribua com a criação de uma infraestrutura tecnológica robusta e escalável.