Nos últimos anos, falar em transformação digital virou quase um mantra para empresas que querem continuar relevantes. Mas vamos ser sinceros: só digitalizar processos não basta mais. O que realmente faz diferença hoje é a hiperautomação. Esse conceito vai muito além de simplesmente automatizar tarefas; ele muda a forma como as empresas operam, inovam e entregam valor.
Na prática, a hiperautomação combina várias tecnologias – como Inteligência Artificial (IA), Machine Learning (ML), Robotic Process Automation (RPA) e Process Mining – para não só eliminar trabalhos repetitivos, mas também automatizar processos complexos, que antes dependiam de decisões humanas. Ou seja, não se trata apenas de agilizar planilhas ou fluxos de trabalho, mas de criar um sistema inteligente que torna tudo mais eficiente e escalável.
Segundo o Gartner, até 2026, empresas que adotarem a hiperautomação vão conseguir cortar até 30% dos custos operacionais. Isso porque, em um mundo onde a rapidez define quem ganha e quem perde, essa estratégia se torna fundamental para construir organizações mais ágeis e resilientes.
Como a hiperautomação impacta os negócios?
Se olharmos para o dia a dia das empresas, fica fácil entender o valor da hiperautomação. Ainda existem muitos setores presos a sistemas antigos, onde tarefas burocráticas consomem tempo e energia. Com a hiperautomação, esses gargalos desaparecem e novas oportunidades surgem.
Pensa num time financeiro que precisa fazer reconciliação contábil. Em vez de gastar horas analisando planilhas, um robô pode captar dados de diversas fontes, cruzá-los automaticamente e apontar inconsistências. Com isso, os profissionais ganham tempo para focar em análises estratégicas e planejamento financeiro.
No atendimento ao cliente, assistentes virtuais equipados com IA conseguem entender pedidos complexos, antecipar necessidades e fornecer respostas sob medida. Isso melhora a experiência do consumidor e reduz custos.
Apesar de todos esses benefícios, implementar a hiperautomação não é tão simples quanto apertar um botão. Muitas empresas enfrentam desafios, desde resistência cultural até dificuldades em integrar diferentes tecnologias. O grande erro? Automatizar só por automatizar. Para gerar valor de verdade, é essencial mapear os processos certos e garantir que tudo esteja alinhado com os objetivos do negócio.
Outro ponto crítico é a governança dos dados. Com tanto volume de informação sendo processado por algoritmos, garantir a qualidade e a segurança desses dados é fundamental. Se essa parte for negligenciada, o risco de erros, vieses algorítmicos e até problemas regulatórios aumenta.
O que esperar do futuro?
Olhando para frente, a hiperautomação não será um diferencial – será um requisito básico para sobreviver no mercado. Com novas tecnologias, como IA generativa e computação quântica, a automação tende a ficar ainda mais inteligente e proativa.
Empresas que souberem integrar hiperautomação com inovação não só vão reduzir custos, mas também criar modelos operacionais flexíveis, capazes de se adaptar rapidamente às mudanças do mercado. Estamos caminhando para um cenário onde decisões serão tomadas quase em tempo real, baseadas em insights automatizados, e as ações serão executadas sem complicação.
A transformação digital não é um destino final, mas um processo contínuo. E a hiperautomação é o motor que impulsiona essa jornada. O segredo não é apenas adotar tecnologia, mas repensar como ela pode potencializar as capacidades humanas e redefinir o futuro dos negócios.
Felipe Mello, Gerente de Projetos e Desenvolvimento da Yank Solutions