A Tele Norte Leste Participações, holding do grupo Oi (antiga Telemar), registrou um lucro líquido de R$ 343 milhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado é 137% maior que o verificado um ano antes, quando a empresa lucrou R$ 144,5 milhões. Em comparação com o quarto trimestre, houve queda de 44%.
A receita bruta foi de R$ 6,16 bilhões no trimestre: 5,5% maior que no mesmo período do ano passado e 3,7% menor que no quarto trimestre. A receita líquida cresceu 6,2% na comparação anual entre trimestres e alcançou R$ 4,3 bilhões. Em relação ao quarto trimestre, houve redução de 3,1%.
O Ebitda, por sua vez, foi de R$ 1,45 bilhão entre janeiro e março, o que representa uma queda de 2,4% em comparação com o mesmo período do ano passado e uma redução de 3,6% em relação ao quarto trimestre. A margem Ebitda nos três primeiros meses do ano foi de 33,7%, ante 36,6% no mesmo período do ano passado e 33,8% no último trimestre de 2006.
Telefonia fixa
A receita bruta com telefonia fixa foi de R$ 5,1 bilhões, praticamente estável em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, sua participação no faturamento total do grupo caiu de 88% para 84%.
Em telefonia local, a receita diminuiu 4,2% e 2,2% nas comparações com o quarto trimestre e com o primeiro trimestre de 2006, respectivamente, atingindo R$ 2,25 bilhões. O faturamento com pulsos foi de R$ 516 milhões, o que representa uma redução de 12,8% na comparação anual entre trimestres.
Os motivos apresentados para a queda foram: migração de tráfego da rede fixa para a móvel, migração de acessos discados à internet para acessos banda larga e migração para planos alternativos em minutos. Este último fator contribuiu positivamente na receita com assinatura, que subiu 1,8% em relação ao primeiro trimestre de 2006, alcançando R$ 1,71 bilhão.
Em 12 meses, houve queda de 2,8% no número de assinantes fixos, cuja base encerrou o trimestre com 14,34 milhões de linhas em serviço. Desse total, os planos em minutos já representam 18,4%, ou 2,63 milhões. A receita média mensal por usuário (ARPU) de telefonia fixa foi de R$ 84,5 no trimestre.
O faturamento com longa distância (excluindo VC2 e VC3) foi de R$ 722 milhões: 8,7% abaixo do verificado um ano atrás e 2,9% menor que o registrado no quarto trimestre.
Dentro de telefonia fixa, o segmento de dados foi o que mais cresceu. Sua receita subiu 15,7% na comparação anual entre trimestres, atingindo R$ 674 milhões. O principal motivo é o aumento da base de usuários do Velox, serviço de banda larga da operadora, cuja receita foi de R$ 266 milhões no trimestre, montante 28% maior que o verificado um ano antes. O Velox encerrou o trimestre com 1,182 milhão de clientes ? um crescimento anual de 31,9%.
A base vem crescendo cerca de 8% trimestre a trimestre. Contudo, do quarto para o primeiro trimestre, o aumento foi de apenas 4,8%.
O diretor de finanças e relações com os investidores da Oi, José Luiz Salazar, explicou que essa redução decorre de motivos sazonais e descarta que uma saturação do mercado de banda larga esteja próxima. ?A penetração de ADSL na base todal de linhas em serviço da Oi é de 8,8%. Em outras concessionárias, chega a 14%. Não acreditamos em saturação no momento e mantemos nossa meta de atingir 1,4 milhão de clientes de Velox ao fim do ano?, explicou.
Investimento e dívida
O investimento consolidado no primeiro trimestre somou R$ 344 milhões, sendo 81% na rede fixa e 19% na rede móvel. No mesmo período de 2006 o grupo Oi havia investido R$ 441 milhões. A previsão de investimento para este ano é de R$ 2,4 bilhões.
A dívida total do grupo ao fim de março era de R$ 8,8 bilhões, sendo 21% de curto prazo e 79% de longo prazo. Em relação ao fim do ano, houve uma redução de 8% da dívida bruta, que era de R$ 9,57 bilhões. Da dívida atual, 52,1% é em moeda nacional. A dívida líquida, ao fim do trimestre, era de R$ 4,25 bilhões.