Agilizar os serviços e facilitar o atendimento ao cidadão. Esse é o objetivo do sistema de Gestão Eletrônica de Segurança Privada (Gesp), lançado pela Polícia Federal (PF) em março. O sistema, em funcionamento no Distrito Federal e em outros estados, visa facilitar a comunicação via internet entre as empresas de segurança privada e a PF. Agora, o cadastro das empresas privadas de segurança pública (vigilantes, carros-fortes e serviços afins) pode ser feito sem a impressão de uma folha de papel, através da certificação digital.
Antes, para conseguir uma autorização para compra de armas ou mudar o modelo dos uniformes profissionais, por exemplo, a empresa encaminhava vários documentos físicos ao posto de atendimento da Polícia Federal mais próximo. O pacote era enviado a Brasília por Correios e depois cada um dos documentos tinha sua originalidade checada.
De acordo com o coordenador geral de controle de segurança privada da Polícia Federal, delegado Adelar Anderle, a comunicação via internet autenticada pela certificação digital tornou o procedimento mais fácil e seguro. ?Agora, todo o procedimento é feito on-line, com base no e-Gov. A empresa em questão não precisa fazer download do documento de cadastro, preenchê-lo e enviá-lo, por exemplo. O preenchimento dos dados é feito pela internet e assinado por meio de certificação digital?, explica.
O delegado também detalha como o uso dos certificados facilita o trabalho. ?Fazemos os cruzamentos de dados para a validação nas mais diversas entidades governamentais de forma eletrônica. Por exemplo, checamos no Detran a placa de um veículo. No Sistema Nacional de Armas (Sinarm), verificamos o registro das armas. O número do PIS é conferido no Ministério do Trabalho. Tudo isso via internet, com certificação digital?. O novo procedimento trouxe também agilidade ao processo. ?O que levava de três a quatro meses para ficar pronto, agora pode ser concluído em 15 dias,?, relata Anderle.
O Gesp foi desenvolvido pelo Serpro e é semelhante ao do ReceitaNet. Uma das vantagens do sistema é que as empresas podem acompanhar todo o processo em tempo real. ?Para a PF, significará uma economia de 80% no tempo que policiais passam analisando os processos, tempo este que será gasto agora na fiscalização in loco, inclusive das empresas clandestinas?, afirma o superintendente de relacionamento com clientes e negócios estratégicos do Serpro, Wilton Mota.