Atos Origin quer que Brasil seja centro mundial de offshore

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O Brasil foi escolhido pela prestadora de serviços de TI holandesa Atos Orgin para ser um centro de desenvolvimento para atender clientes globais. A decisão faz parte de um plano de reestruturação dos negócios na América Latina. Com a mudança, a região foi considerada um mercado estratégico para a companhia e passa a ter um CEO, que é o executivo Sergio Bartoletti. Ele vai comandar a operação do Brasil, Argentina, Chile e Colômbia.

Bartoletti justifica que a mudança veio com consolidação das operações da companhia depois da compra da francesa SchlumbergerSena. A América Latina ganhou um novo foco e mais importância para a organização. Tanto é que agora a região se reportará diretamente ao board da matriz, na Holanda, deixando de ser subordinada aos Estados Unidos.

Como o Brasil é o maior mercado da região e um dos integrantes do bloco de nações emergentes batizado de BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o País foi escolhido pela Atos Origin para ser um ponto de offshore. A empresa quer aproveitar a competência da fábrica de software da subsidiária local para desenvolver aqui soluções para clientes globais.

Apesar de ser italiano e se comunicar em espanhol, Bartoletti afirma conhecer bem o mercado brasileiro e o potencial do País para venda de serviços, onde o oustosourcing representa apenas 20% dos gastos anuais das companhias com TI. Na Europa, segundo ele, esse índice já chega a 50%.

?Existe um espaço enorme para crescimento desse segmento no Brasil", diz o executivo que antes de chegar na Atos Origin, já tinha atuado no Brasil. Ele foi CEO da TIM Nordeste, em Recife; e COO da TIM Celular Sul, em Curitiba. Depois foi remanejado para a TIM Peru, onde permaneceu até o começo deste ano.

Bartoletti pretende aproveitar a experiência que adquiriu do outro lado do balcão, comprando TI e serviços de outsourcing, para entregar soluções de acordo com as necessidades dos clientes. Com esse know-how, o executivo espera aumentar a participação da Atos Origin no mercado brasileiro de serviços, que hoje aparece entre a oitava e décima posição. Sua meta é fazer com que a empresa esteja entre as três primeiras colocadas do ranking, no prazo de 36 meses.

O novo CEO da Atos Origin aposta nas qualidades do Brasil para transformar o País em um centro de referência no desenvolvimento de soluções globais. Ele destaca que o mercado local oferece serviços de qualidade, preços competitivos e leva a vantagem de estar próximo do fuso horário dos Estados Unidos.

Bartoletti acredita que as multinacionais começarão a cotar serviços no Brasil. A Philips, empresa do grupo, já compra serviços da Atos Origin local para atender filiais de outros países. Renault, Shell e Procter and Gamble também já contratam soluções da fábrica de software brasileira para outras empresas, espalhadas ao redor do mundo.

Para João Carlos Leiva, diretor comercial, da Atos Origin do Brasil, a estratégia de compras globais é uma tendência forte dentro das multinacionais, o que abre novas oportunidades para a fábrica de software local.

Para se preparar para esta demanda, a subsidiária está investindo em soluções para mercados verticais, como de gás e petróleo, utilities, finanças e telecomunicações. O time de profissionais também vai aumentar: subirá dos atuais 1,7 mil para cinco mil nos próximos três anos.

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