As empresas brasileiras gastaram, em média, cerca de 6% das suas receitas líquidas em tecnologia da informação entre abril de 2008 e abril de 2009, o que representou um aumento de 5% na comparação anual, de acordo com a 20ª Pesquisa Anual da Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizada pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp).
O estudo revela que as empresas de serviços foram as que mais investiram em TI, gastando 8,5% das suas receitas líquidas, seguidas pelas indústrias, que aplicaram 4% e, por fim, as empresas de varejo, que gastaram 2,7% das suas receitas líquidas em TI.
O professor titular da FGV-Eaesp, Fernando S. Meirelles, coordenador da pesquisa, avalia que os gastos de TI aumentarão neste ano, mesmo com a crise financeira mundial. "A desaceleração econômica não afetou em nada os gastos das empresas com TI", frisa. Ele observa que as necessidades das empresas de se adequarem ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) será um dos impulsionadores dos gastos com tecnologia da informação.
Ainda segundo o estudo, o custo anual por teclado (por estação de trabalho) ficou em R$ 18,8 mil, o menor patamar da série história. Segundo Meirelles, isso é explicado pelo fato de nos últimos dois a três anos ter crescido aceleradamente o número de estações de trabalho (teclado), numa proporção maior do que os investimentos.
"Com isso, obviamente o custo médio por teclado recuou bastante. Porém, agora já chegou em um patamar de praticamente um computador para cada funcionário e, assim, a tendência é de que os investimentos cresçam, aumentando o custo anual por estação de trabalho", explica Meirelles.
No segmento de software, a Totvs manteve a liderança no mercado nacional de software de gestão empresarial (ERP) com 39% de participação sobre a base total instalada de ERP no país, percentual que foi ampliado em 15% após a compra da Datasul em meados do ano passado. Entretanto, a empresa perdeu 1% de market share, já que quando adquiriu a Datasul, as empresas detinham, juntas, 40% do mercado.
Em segundo lugar, ficou a multinacional alemã SAP, com os mesmos 23% de participação do período 2007/2008, seguida pela Oracle, com 18%. Segundo Meirelles, a perda de 1% de share da Totvs é natural e o maior desafio da empresa agora, além de manter a liderança, será integrar todas as empresas que adquiriu nos últimos anos, como Microsiga, RM Sistemas, além da Datasul.
Entre os softwares de banco de dados, a liderança continuou com o Oracle, que teve 35% de participação no mercado corporativo, seguido pelo MS SQL, com 30%, MS Access e Progress, ambos com 7%, e xBase e DB2, com 5% cada. Quando se analisa os usuários finais, ocorre uma mudança na disputa e o Acces assume a liderança com 39% de market share. Em segundo ficam Oracle e SQL empatados, com 22%, seguidos por xBase, com 6%, e Progress, com 5%.
Quando o assunto é sistema operacional de PCs, o Windows é disparado o líder, com 97% de participação, ficando o Unix com apenas 2%. Já em relação a base de sistemas operacionais nos servidores, a Microsoft fica com 66% do total, seguida pelo Linux, com 20%, e Unix, com 12%. Segundo Meirelles, Microsoft e Linux ganharam mercado do sistema da Novell, que vem apresentando quedas sucessivas ano a ano.
Quando se observa o sgmento de navegador de internet, o Microsoft Internet Explorer segue líder absoluto, com 91% do total, embora perdendo um pouco de espaço para o Mozila FireFox, que alcançou 6% de participação. No ano anterior, o market share do Explorer e do FireFox eram de 92% e 4%, respectivamente.
Na participação do uso de sistemas de business intelligence (BI), 41% representam a utilização de um módulo do ERP que as empresas usas. A SAP concentra 13% do mercado de BI, enquanto que a IBM aparece com 11% e Oracle com 8%.
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