A Telefónica declarou nesta quarta-feira, 26, que vai adotar uma estratégia mais agressiva na compra da participação da Portugal Telecom na Vivo. A operadora espanhola disse, numa reunião com investidores, que pode bloquear os dividendos que a PT recebe da joint venture de telefonia móvel.
No início deste mês, a Telefónica ofereceu à PT 5,7 bilhões de euros pela outra metade da Vivo. As duas empresas dividem, em partes iguais, o controle da Brasilcel, holding que detém 60% das ações da Vivo, a qual representa metade da receita da operadora portuguesa.
Segundo o The Wall Street Journal, a Telefónica declarou que a operadora portuguesa não tem acesso direto ao fluxo de caixa da Vivo, e a estimada compensação de 111 milhões de euros que a PT tem direito por sua participação na operadora de telefonia móvel está sujeita à aprovação da companhia espanhola.
A Portugal Telecom afirmou, por sua vez, que a "estratégia da Telefónica é chantagem" e acredita que a companhia espanhola deve renunciar às cadeiras no conselho de administração da PT por "conflito de interesses e falta de lealdade". A operadora de telecomunicações da Espanha, no entanto, iniciou um roadshow para explicar que pretende fechar o negócio sem a necessidade de uma oferta hostil de compra de ações, mas que não descarta esta possibilidade.
Os órgãos reguladores portugueses exigiram nesta quarta-feira, 26, justificativas para a oferta de compra da joint venture de telefonia móvel. Na ocasião da oferta, o diretor financeiro da companhia espanhola, Santiago Valbueno, declarou que, do ponto de vista financeiro, faria mais sentido comprar a Portugal Telecom, mas isso não foi feto por "respeito a Portugal e por suas companhias".
O primeiro ministro de Portugal, José Sócrates, declarou que a venda da Vivo não interessa ao governo, já que ela é considerada "uma companhia importante num mercado estratégico".
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