A presença de Leo Apotheker no comando da HP tem causado mal estar entre os executivos da companhia. Insatisfeitos com a gestão do CEO e com as reestruturações por ele impostas para enfrentar os novos desafios financeiros da empresa, muitos vice-presidentes e executivos seniores já deixaram a companhia, enquanto outros tiveram sua aposentadoria forçada pelo comando da HP.
Segundo pessoas ligadas ao assunto ouvidas pelo The Wall Street Journal, dez executivos pediram demissão e ainda não se sabe o número dos que foram "forçados a se aposentar ou a pedir dispensa". As fontes, entretanto, apontam que Apotheker já mudou toda a equipe que responde diretamente a ele e ainda há outros 15 executivos, de diversas áreas, perto de fechar contrato com a empresa.
De acordo com as fontes, os executivos mais experientes da HP estão descontentes com as reestruturações impostas por Apotheker para enfrentar a segunda metade do ano fiscal da companhia, que termina em outubro deste ano. Em comunicado divulgado na semana passada, a HP reduziu suas expectativas de receita para o exercício fiscal de US$ 131,5 bilhões para US$ 129 bilhões, supostamente por causa do terremoto que atingiu a costa japonesa no início deste ano (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
No entanto, os executivos questionam a posição de Apotheker de transformar a HP numa empresa de serviços, o que tem gerado menos receita do que o esperado para a companhia. E-mails trocados entre funcionários da alta cúpula da empresa, vazados há cerca de um mês, alertavam para um "quarto trimestre fiscal difícil".
Entre os executivos que deixaram a HP, ou foram demitidos, estão Marius Haas, responsável pela divisão de redes e Gary Budzinski, que comandava a divisão de serviços. Ann Livemore, vice-presidente de serviços e produtos para o mercado corporativo, teve sua função dividida em duas, o que a deixou responsável apenas pelos produtos.
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